Os incêndios florestais em Mato Grosso do Sul, no período de 1º de janeiro a 9 de agosto deste ano, tiveram uma redução de aproximadamente 24%, conforme os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os focos passaram de 1.601 para os atuais 1.215. Durante o ano de 2020, que foi considerado o pior ano, houve registro de 5.420 focos de incêndios.
A queda se deve, em parte, ao resultado das boas práticas desenvolvidas no Estado, para o monitoramento dos biomas e ações efetivas de combate que contribuem de forma decisiva na preservação ambiental.
Conforme o pesquisador do Programa Queimadas do Inpe, Alberto Setzer, a preparação, organização e atuação eficiente do Estado é determinante para a redução e controle do fogo nos biomas Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica, presentes em Mato Grosso do Sul.
“Muitos Estados estão seguindo o exemplo de Mato Grosso do Sul, que está entre os mais estruturados para absorver as informações que recebe do Inpe e de gerar ações práticas a partir delas”, explicou Setzer.
No início do período mais crítico de incêndios florestais – que se concentra entre agosto e outubro –, o MS aparece na 16° posição no ranking do Inpe, dos Estados classificados conforme a quantidade de detecções de queimadas e incêndios.
“É bastante bom considerando o tamanho do Estado, que é maior do que muitos países. E também que os anos passados foram complicados. Além disso, o MS mostrou em 2022 que em uma situação de clima extremo em termos de seca, as ações do Governo tiveram um efeito significativo na redução das queimadas”, disse o pesquisador.
Alerta e Monitoramento
Atualmente o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS) está em alerta para atuar em casos de incêndios florestais em todo o Estado. O alerta iniciou no dia 17 de julho, após a publicação da portaria do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) que suspende as autorizações ambientais de “queima controlada” até 31 de dezembro deste ano.
“Por estarmos em período de estiagem e baixa umidade relativa do ar, e mesmo no inverno temos dias que a temperatura ultrapassa os 30°C. Aliada a vegetação seca, é um cenário com grande risco de incêndios florestais no Estado”, explica a tenente-coronel Tatiane Inoue, chefe do CPA (Centro de Proteção Ambiental) do Corpo de Bombeiros Militar de MS.
O uso da tecnologia contribui para as ações de monitoramento e preservação do Pantanal e do Cerrado em MS, no trabalho desenvolvido pelo Corpo de Bombeiros no combate aos incêndios florestais.
Com drones, equipamentos de proteção individual específicos para garantir segurança, monitoramento via satélite por meio de convênios com a Nasa – agência do governo dos Estados Unidos –, PF (Polícia Federal), Inpe e Imasul, além de tecnologia de navegação, dados e inteligência artificial, a atuação dos bombeiros é cada vez mais específica e qualificada para evitar e mitigar os danos causados pelos incêndios florestais.