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Histórico

Rio Miranda registra nível histórico baixo e afeta turismo e pesca em Mato Grosso do Sul

Escassez de chuvas e baixos níveis de água preocupam empresários da região e geram impactos na pesca e no turismo local

Viviane Freitas
Capital News

Famoso por ser o melhor rio para a prática de pesca em Mato Grosso do Sul, o Rio Miranda enfrenta atualmente o menor nível registrado nesta época do ano, de acordo com dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB) divulgados na última quinta-feira (13). O boletim extraordinário mostra que a situação na bacia do Rio Paraguai está crítica, com a precipitação abaixo da média histórica em seis dos sete meses da temporada de chuvas.

Na quinta-feira, o nível do rio na régua instalada em Miranda marcava apenas 1,44 metro, bem abaixo da média de 3,97 metros para este período. O ano passado também foi de poucas chuvas, mas o nível estava um pouco mais alto, 1,6 metro. Em 2023, no mesmo período, o rio atingia 6,5 metros. A falta de água tem afetado a pesca e o turismo, especialmente em Passo do Lontra, uma região com muitos hotéis e pesqueiros. Empresários locais já sentem os impactos da escassez de peixes e temem um agravamento da situação após o fim do período chuvoso.

“Pela época do ano, tá fraco de peixe aqui. Esse ano está chovendo mais que no ano passado, mas o rio não enche. Tá feio, ninguém sabe o mistério desse rio e para onde está indo essa água. Chove em Miranda e a água não desce aqui. Não tem campo alagado e por isso a gente está achando esquisito esse ano”, afirma Rogério Iehle, que administra um pesqueiro e um hotel no Passo do Lontra.

A falta de chuvas na bacia do Rio Miranda também afeta a bacia do Rio Paraguai. De setembro a fevereiro, o volume de chuva registrado foi de apenas 647 milímetros, abaixo da média histórica de 1.100 milímetros. Mesmo com chuvas mais intensas no sul de Mato Grosso, o nível do Rio Paraguai continua abaixo do esperado. O boletim prevê que o nível do rio em Ladário não ultrapasse os quatro metros, o que impediria o alagamento das áreas pantaneiras e dificultaria a redução das áreas suscetíveis a queimadas.

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