Foi autorizado nesta quinta-feira (28) pelo Ministério da Justiça, o envio de tropas da Força Nacional de Segurança Publica em apoio a Polícia Federal nos Municípios de Amambai, Naviraí e Caarapó, no interior de Mato Grosso do Sul. A medida foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).
Em julho, fazendas da região foram ocupadas por indígenas e houveram conflitos que resultaram na morte de um Guarani-Kaiowá.
Assinada pelo ministro da justiça e segurança pública, Anderson Gustavo Torres a portaria tem validade até o dia 31 de dezembro de 2022. De acordo a publicação, a portaria autoriza o emprego da Força Nacional em apoio às ações da Polícia Federal nas três cidades, nas “atividades e nos serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”.
- Saiba mais
- Confronto da PM e indígenas deixa vários feridos em fazenda de Amambai
- Caravana Ecumênica presta solidariedade aos Guarani e Kaiowá de MS
- Justiça nega pedido de despejo dos Guarani e Kaiowá da retomada de Guapo’y, em Amambai
- Liderança Kaiowá-Guarani é assassinada por homens armados
- MPF fará perícia em fazenda palco de conflito entre indígenas e policiais em Amambai
- Perícia comprova que indígenas não destruíram sede da fazenda ocupada em Amambai
- Lideranças religiosas vem a MS denunciar violência sofrida pelos Guarani e Kaiowá
- Deputados do PT cobram do governador a apuração do conflito em Amambai
- Defensoria garante soltura de indígenas presos durante retomada Guarani Kaiowá em Amambai
A operação terá o apoio logístico da polícia federal que deverá dispor da infraestrutura necessária à Força Nacional de Segurança Pública. O contingente a ser disponibilizado obedecerá ao planejamento definido pela Diretoria da Força Nacional de Segurança Pública, da Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Conflito
No dia 24 de junho, Vito Fernandes, 42, acabou morto após confronto entre indígenas e policiais militares do Batalhão de Choque. O fato ocorreu na Fazenda Borda da Mata, em Amambai, após ocupação da propriedade, que fica às margens da MS-156. Durante a ação, 11 pessoas ficaram feridas, oito delas indígenas e três policiais.
Desde então os indígenas da região alegam estarem sofrendo violências.
Os Guarani-Kaiowá inclusive desconfiam que a ocupação da fazenda esteja relacionada com a morte de Márcio Moreira, baleado no dia 14 de julho.