A musicista Mayara Amaral, 27 anos, assassinada com golpes de martelo no mês passado, foi homenageada com uma canção que lava o seu nome, de autoria do jornalista Sílvio Santana de Souza, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra-MS). O baterista Luís Alberto Bastos Barbosa, 29, que era amigo da jovem e matinha com ela um romance, foi denunciado ao Ministério Público como autor do crime.
A morte de Mayara teve comoção geral e repercutiu em toda a mídia nacional, potencializando a discussão dos direitos da mulher. Para o compositor Sílvio Santana, a música “Mayara Amaral” pretende louvar o nome da musicista e somar esforços junto à sociedade na discussão do assunto. “Apesar dos esforços legais como a Lei Maria da Penha, o desrespeito aos direitos da mulher continuam acontecendo em grande proporção”, comentou.
Segundo o jornalista, a música é composta de três partes distintas. “No início a sociedade perde perdão à musicista pelo mal que lhe causamos (Mayara Amaral, perdoa-nos todo mal). Num segundo momento, a canção procura enaltecer a figura da cantora (em ti a natureza é festa, há tanta luz em teu olhar...), e para terminar a cantora é colocada em uma festa entre as estrelas (mulher maravilha / o que vais cantar / nessa linda festa / interestelar)”, enfatizou.
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Joice Moreno, interprete da canção, diz que o sentimento de cantar para Mayara a tocou profundamente. “Cantei com dor e com amor e espero que onde ela estiver receba essa nossa homenagem”, declarou.
O músico, Edimário Galvão, responsável pelos arranjos, e não seja mais necessário escrever canções sobre fatos como esses. Lmbrando Bob Dylan, ele completou: “quanto tempo ainda vamos assistir a essas barbaridades? Não sei, ninguém sabe, talvez a resposta chegue com o vento”.
Ouça a música:
O Caso
Mayara foi brutalmente assassinada a golpes de martelo, na madrugada do dia 25 do mês passado, em quarto de motel, localizado no Jardim Panorama, em Campo Grande. Para a polícia, Luís planejou o crime e atraiu a vítima ao endereço para matá-la. Os dois eram amigos havia cerca de três meses e tiveram um “romance”, por isso combinaram o encontro no motel.
A jovem foi achada morta próximo da MS-080, na região do inferninho, com perfurações na cabeça e o corpo parcialmente carbonizado. Na ocasião do crime, Mayara teve o automóvel e outros pertences roubados. Luís Alberto foi denunciado por latrocínio (roubo seguido de morte).
Ilda Cardoso 04/11/2017
Linda homenagem
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