O presidente da Fiems – (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), Sérgio Marcolino Longen, considerou insuficiente o índice de 18,93% de redução na tarifa de energia elétrica que a Enersul deve aplicar a partir de 8 de abril deste ano como forma de reparar um erro na base de remuneração considerada na revisão tarifária de 2003.
O índice foi definido na manhã desta quinta-feira durante a 1ª Reunião Pública Extraordinária da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), em Brasília (DF), e ainda não se trata de decisão porque a proposta será submetida à audiência pública prevista para o dia 13 de março em Campo Grande (MS).
Segundo Sérgio Longen, o índice esperado pelo setor industrial de Mato Grosso do Sul era acima de 20%. “Esse índice de 18,93% é pouco, pois está aquém da necessidade do setor. Precisamos de um redutor maior para ter mais poder de competitividade com os grandes centros do país”, detalha, destacando que os industriais continuam aguardando redução superior a 20%.
Parcelamento
O presidente da Fiems também se mostrou contrário à proposta da concessionária de energia que pretende reembolsar os consumidores em cinco anos e não de uma só vez em abril. “Esse pleito é inadmissível e inaceitável, pois os valores – em torno de R$ 200 milhões – cobrados a mais em 2003 já estão nos cofres da empresa”, ressalta.
Sérgio Longen explica que, como os 18,93% já foram pagos pelos consumidores, esse percentual deve ser compensados imediatamente. “Não podemos aceitar, em hipótese alguma, que seja parcelado o valor já recolhido”, analisa.
Ele defende que a Aneel determine que o recessarcimento seja feito em Mato Grosso do Sul nos mesmos moldes do realizado em Minas Gerais, onde foi aplicada de uma só vez a redução em torno de 14% na tarifa de energia elétrica. “Por que temos de parcelar o recebimento, se quando a Enersul cobrou foi de uma única vez?”, indagou.
A diretoria da Aneel também considera que o pagamento total do ressarcimento seja em abril e determina que a empresa especifique nas contas o fator que motivou a redução para que o consumidor não tenha uma percepção distorcida quanto ao real custo do serviço. A intenção é que o consumidor possa ter melhor gestão de sua conta de energia elétrica.