Reprodução/Facebook
Diversas pessoas estão compartilhando fotos com a hashtag #EnsinarEUmAtoPolitico se posicionando contra o projeto
Professores, entidades e estudantes de Mato Grosso do Sul lançaram uma campanha na rede social Facebook contra o projeto de lei “Escola sem Partido”, do vereador de Campo Grande Paulo Siufi (PMDB). A proposta visa proibir que professores discutam com alunos temas relacionados à política e sexualidade.
Diversas pessoas estão compartilhando fotos com a hashtag #EnsinarEUmAtoPolitico se posicionando contra a proposição. O Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP), a Federação dos Trabalhadores em Educação do estado (Fetems) e a Rede de Homens Gays e Bissexuais estadual (Apolo) também se manifestaram contra.
Um protesto foi marcado para este domingo (3) também contrário ao projeto. O evento será na Praça da República (Rádio Clube), às 16h.
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Polêmica
Os vereadores Luiza Ribeiro (PPS) e Eduardo Romero (Rede) votaram contra a proposição. Em um texto publicado em sua página na rede social Facebook, Luiza atacou, citando que a medida vai contra metodologias de ensino.
“Sinceramente, o projeto de lei, vai na contramão do que se entende por metodologia de ensino. Contraria a noção de que a escola também é civilizatória e o conceito de ensino de Paulo Freire, de que toda educação é política”, escreveu.
Já Romero acusou o projeto de “moralista”, lembrando que é a favor da pluralidade. “Votei contra, pois defendo a democracia, pluralidade e o estado laico. Para nós, o Projeto de Lei n. 8.242/16 é totalmente moralista e um disfarce do projeto Escola sem Partido. O professor tem a liberdade de ensinar assegurado na Constituição Federal”, escreveu também no Facebook.
Conforme o texto da proposta, serão afixados cartazes direcionados aos professores para que eles evitem debater temas relacionadas à política, sexualidade e religião com os alunos. O projeto foi aprovado em regime de urgência e segue para apreciação do prefeito Alcides Bernal (PP).
O projeto é de autoria do vereador Paulo Siufi (PMDB), e subscrito pelo presidente da Câmara, João Rocha (PSDB) e também por Herculano Borges (SD); Eduardo Cury, o Dr. Cury (SD); Gilmar da Cruz (PRB); Waldecy Nunes, o Chocolate (PTB); e Roberto Santana, o Betinho (PRB).
Em sua justificativa, Siufi argumentou que professores usam as aulas para ensinar correntes políticas. “É fato notório que professores e autores de livros didáticos vêm-se utilizando de suas aulas e de suas obras para tentar obter a adesão dos estudantes a determinadas correntes políticas e ideológicas; e para fazer com que eles adotem padrões de julgamento e de conduta moral – especialmente moral sexual – incompatíveis com os que lhes são ensinados por seus pais ou responsáveis”, escreveu.