Há 49 horas, as aldeias Jaguapiru e Bororó, em Dourados, mantêm o bloqueio da MS-156, rodovia que liga Dourados a Itaporã. O protesto começou às 8h de segunda-feira (25) e, até a manhã desta quarta-feira (27), o tráfego seguia interrompido. A ação dos indígenas é motivada pela falta de água nas aldeias.
A MS-156 é uma rodovia de grande importância para a região, sendo essencial para o deslocamento entre Dourados e o norte do estado. A principal reivindicação dos manifestantes é a crise hídrica que atinge as comunidades indígenas, agravada pela seca deste ano. Muitos poços secaram, e o fornecimento de água por cisternas é insuficiente para atender às necessidades da população.
A Polícia Militar Rodoviária está acompanhando o bloqueio, com equipes de plantão em dois pontos: um na MS-156, entre Dourados e Itaporã, e outro no anel viário, no cruzamento com as MS-162 e MS-379. Embora o tráfego esteja sendo redirecionado por rotas alternativas, não há congestionamento. A polícia não tem informações sobre a possível desmobilização do protesto.
O problema de abastecimento de água nas aldeias foi reconhecido pelas autoridades. A prefeitura de Dourados e o Dsei-MS assinaram um Termo de Parceria para resolver a situação, com a promessa de construção de poços tubulares e envio de água por caminhões-pipa. No entanto, os indígenas consideram as soluções temporárias insuficientes, exigindo compromissos formais para garantir uma solução definitiva.
O cacique Ramão Fernandes, da aldeia Jaguapiru, destacou que as duas aldeias somam mais de 20 mil habitantes e estão cansadas de promessas não cumpridas. Ele afirmou que o bloqueio será mantido até que haja um compromisso concreto, com documentos assinados pelas esferas federal, estadual e municipal, assegurando a solução definitiva para o abastecimento de água. A construção de poços e melhorias no sistema de abastecimento estão previstas, mas ainda não têm data para início.