O carrapato bovino é um dos principais desafios da pecuária brasileira e pode ter um impacto econômico anual superior a 3,2 bilhões de dólares. De acordo com o biólogo pós-doutorando da Embrapa, Leandro Higa o controle estratégico, apontado como a principal solução, pontuando que a ação vai além do uso de acaricidas. Ele envolve o monitoramento constante do rebanho para identificar os períodos mais críticos de infestação, a rotação de princípios ativos para evitar a resistência dos parasitas e a combinação de métodos químicos, biológicos e vacinas.
"A escolha dos produtos deve ser feita com base em análises técnicas, como o biocarrapaticidograma, que ajuda a identificar os produtos mais eficazes para cada caso. Essa abordagem integrada, não só melhora os resultados no combate ao carrapato, como também evita desperdícios e promove maior sustentabilidade. O manejo correto é fundamental, especialmente considerando o impacto econômico causado pelas infestações", ressaltou.
Além de provocar perdas de peso nos animais, o carrapato é vetor de doenças como a tristeza parasitária bovina, que pode ser fatal. "Altas infestações aumentam a presença de patógenos, debilitando o animal rapidamente", explica.
Entre as ferramentas apresentadas, o biocarrapaticidograma, disponibilizado gratuitamente pelo Museu do Carrapato da Embrapa, onde são analisadas as amostras do parasita entregues pelos produtores rurais para identificar os produtos mais eficazes, evitando desperdícios e promovendo sustentabilidade. Segundo a assessoria outras soluções incluem vacinas em desenvolvimento e produtos naturais, alternativas promissoras para um controle mais sustentável. No caso do gado leiteiro, Higa reforçou a importância de medicamentos de rápida ação, essenciais para evitar perdas na produção durante o período de carência.