Mato Grosso do Sul se prepara para cultivar 40 mil hectares de trigo nesta safra de inverno, com previsão de repetir a área plantada do ano passado. A safra terá início entre abril e maio. O Estado ocupa atualmente a sétima posição no ranking nacional de produção, mas na década de 1980 era o terceiro maior produtor do País, com mais de 400 mil hectares dedicados ao cereal.
A região sul do Estado, composta pelos municípios de Dourados, Ponta Porã, Laguna Carapã, Antônio João, Aral Moreira e Maracaju, deve concentrar 90% da produção, sendo predominantemente de sequeiro. De acordo com o pesquisador Cláudio Lazzarotto, da Embrapa Agropecuária Oeste, essas áreas apresentam clima e solo mais adequados para uma produção rentável de trigo.
Não haverá novas cultivares recomendadas para esta safra, mas o pesquisador destaca que as cultivares existentes, tanto da Embrapa quanto de outras empresas, são de excelente qualidade. O trabalho de desenvolvimento de novas cultivares segue em andamento e, para 2026, Lazzarotto espera cultivares com maior produtividade e valor industrial, superando os 3.200 quilos por hectare.
O principal risco para a cultura do trigo em MS é a ocorrência de brusone, uma doença fúngica destrutiva. Além disso, a concorrência com o milho, que está mais valorizado devido à demanda da indústria de etanol, representa um desafio. O Estado já enfrentou dificuldades na triticultura nas décadas passadas, mas, segundo Lazzarotto, a produção de trigo ainda tem potencial para crescer em Mato Grosso do Sul.