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Agronegócio Terça-feira, 13 de Agosto de 2024, 13:11 - A | A

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Agronegócio

Mesmo em ano de desastres naturais, Mato Grosso do Sul finaliza safra 2023/2024 com incremento de área

Dados do 11º Levantamento da Safra de Grãos da Conab foram divulgados nesta terça

Vivianne Nunes
Capital News

Apesar das adversidades climáticas que resultaram em situação de calamidade em alguns estados brasileiros este ano, a safra do sistema irrigado 2023/2024 em Mato Grosso do Sul foi finalizada com um significativo incremento de área. A informação é da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) que nesta terça-feira (13) anunciou uma queda de 6,6% na safra de grãos do País, resultando ainda assim na segunda maior safra já colhida na história. Os dados são do 11º Levantamento da Safra de Grãos.

Mato Grosso do Sul assim como os estados de Tocantins, Goiás, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, apesar das inundações, alagamentos, enxurradas e até mesmo dos incêndios florestais e tempo seco em certas localidades, já teve a cultura quase totalmente colhida e lavouras semeadas dentro do período recomendado, alçando produtividade acima da média.

O Brasil deve produzir um total de 298,6 milhões de toneladas de grãos na safra 2023/2024, 21,2 milhões de toneladas a menos do que na safra anterior.

“O efeito de adversidades climáticas sobre o desenvolvimento das culturas, desde o início do plantio até as fases de reprodução das lavouras, provocou situações em que áreas com redução das chuvas desaceleraram o desenvolvimento das plantas, ocorrendo queda da produtividade ou em regiões com aumento da precipitação houve inundações nas áreas de cultivo, o que também tende a reduzir a produtividade”, diz o levantamento.

A área cultivada no Brasil registrou um acréscimo de 1,5% nesta safra, representando um aumento de 1,18 milhão de hectares em relação à temporada passada. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelo cultivo de soja, que expandiu em 1,95 milhão de hectares, seguido por aumentos nas áreas destinadas ao gergelim, algodão, sorgo, feijão e arroz, conforme dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Apesar do aumento em algumas culturas, o milho total apresentou uma redução de 1,3 milhão de hectares na área cultivada, acompanhado por diminuições nas áreas destinadas ao trigo e outras culturas de inverno. Mesmo assim, a colheita da segunda safra de milho está em estágio avançado e caminha para a finalização, com uma produção estimada em 90,28 milhões de toneladas. Essa produção foi favorecida por semeaduras realizadas durante a janela ideal (de janeiro a meados de fevereiro) e por chuvas regulares durante o desenvolvimento das plantas, resultando em produtividades que, em alguns casos, superaram as registradas na safra anterior. No entanto, a Conab destacou que estados como Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul enfrentaram veranicos em março e abril, combinados com altas temperaturas e ataques de pragas, o que comprometeu o potencial produtivo do milho nessas regiões.

No total, a produção de milho no ciclo atual é de 115,65 milhões de toneladas, uma queda de 12,3% em comparação com a safra anterior.

Outras Culturas:

Algodão: A produção estimada de algodão pluma atingiu 3,64 milhões de toneladas, um recorde histórico para a Conab e um aumento de 14,8% em relação ao ciclo anterior, graças às condições climáticas favoráveis e ao aumento de 16,9% na área semeada.

Arroz: Com a colheita já finalizada, a produção de arroz alcançou 10,59 milhões de toneladas, um aumento de 5,6% em comparação com a safra passada. Este crescimento foi impulsionado pela expansão da área cultivada, apesar da produtividade média ter sido afetada por adversidades climáticas, especialmente no Rio Grande do Sul.

Feijão: A produção das três safras de feijão deverá totalizar 3,26 milhões de toneladas, representando um aumento de 7,3% em relação ao ciclo anterior. A segunda safra foi prejudicada por falta de chuvas e altas temperaturas, além da incidência de pragas, como a mosca-branca.

Soja: A produção de soja, o principal grão cultivado no Brasil, está estimada em 147,38 milhões de toneladas, uma queda de 4,7% em relação ao ciclo anterior. Problemas como baixos índices pluviométricos e altas temperaturas durante o plantio nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Matopiba afetaram o potencial produtivo das lavouras.

Trigo: No que diz respeito ao trigo, a semeadura na Região Sul foi concluída, mas a expectativa é de uma redução de 11,6% na área destinada ao cereal, totalizando 3,07 milhões de hectares. As condições climáticas adversas, como o excesso de chuvas no início do plantio, impactaram o desenvolvimento do trigo, principalmente no Rio Grande do Sul.

Esses dados refletem a complexidade e os desafios enfrentados pelo setor agrícola brasileiro, com variações significativas entre as diferentes culturas e regiões do país.

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