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Economia Sábado, 16 de Novembro de 2024, 07:55 - A | A

Sábado, 16 de Novembro de 2024, 07h:55 - A | A

CCR MSVia

Aumento do pedágio e redução da duplicação geram insatisfação entre transportadoras

O acordo prevê uma série de mudanças no contrato original, o que tem gerado controvérsias, especialmente no setor de transporte de cargas

Viviane Freitas
Capital News

Divulgação

CCR MSVia pedagio

Cobrança de pedagio na Br 163 no Mato Grosso do Sul gera polêmica

O Tribunal de Contas da União (TCU) deu na última quarta-feira (13) seu aval para a proposta de renovação da concessão da BR-163 até 2049, permitindo que a CCR MSVia continue administrando a rodovia sem a realização de uma nova licitação. A decisão contrariou o parecer do ministro Aroldo Cedraz, que apontou irregularidades na repactuação entre a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o Ministério dos Transportes. O acordo prevê uma série de mudanças no contrato original, o que tem gerado controvérsias, especialmente no setor de transporte de cargas.

O Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul (Setlog-MS) foi um dos principais críticos à proposta. Para a entidade, a rodovia deveria passar por um novo processo licitatório, dado o histórico de problemas na gestão da estrada. "Em 10 anos, pouca coisa mudou. O asfalto está se deteriorando cada vez mais, os acidentes fatais continuam e a duplicação não avançou. O pedágio segue sendo cobrado e, para piorar, ainda vai aumentar. Quem perde com isso é o usuário", avalia Dorival de Oliveira, gerente do Setlog-MS.

O acordo aprovado pelo TCU e pela ANTT traz mudanças significativas para o futuro da rodovia. A proposta reduz a extensão da duplicação para 353 quilômetros, menos da metade dos 845,2 quilômetros previstos no contrato inicial de 2014. Com isso, a concessionária será obrigada a duplicar apenas 203 quilômetros, o que, segundo especialistas, pode causar mais prejuízos tanto para o Estado quanto para os usuários da via. Além disso, o contrato permite o aumento do pedágio, que passará dos atuais R$ 7,52 para R$ 15,13 a cada 100 km, nas pistas simples. O reajuste será feito de forma gradual ao longo dos próximos quatro anos.

O contrato original da concessão, assinado em 2014, estabelecia que a CCR MSVia deveria ter duplicado 845,2 km da BR-163 até 2019. No entanto, até o momento, apenas 179 quilômetros foram duplicados, sendo 150,4 km feitos pela própria concessionária, o que corresponde ao mínimo exigido para a cobrança do pedágio. As obras de duplicação foram paralisadas em 2017, e a rodovia continua com sérios problemas de infraestrutura, especialmente no trecho que liga Mato Grosso do Sul ao Pará, um dos mais movimentados do país.

Cláudio Cavol, presidente do Setlog-MS, reforça a necessidade urgente de duplicação integral da via. “A produção do Estado tem aumentado, e as rodovias atuais já não comportam mais o fluxo de carga. Em 30 anos, com o aumento da produção e do tráfego, a BR-163 se tornará intransitável sem a duplicação completa”, afirma Cavol, destacando que a estrada é essencial para o escoamento da produção agrícola e industrial de Mato Grosso do Sul. A insatisfação com a proposta também se reflete na falta de perspectivas para a recuperação das condições de tráfego e segurança ao longo dos próximos anos.

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