Mesmo com o crescimento econômico impulsionado pelo agronegócio, capitais como Campo Grande, Cuiabá e Goiânia ainda enfrentam sérios desafios sociais. Na safra 2022/2023, o Brasil produziu 323 milhões de toneladas de
, com um aumento de 15,1% no PIB agropecuário. Porém, esses ganhos não se refletem diretamente nos indicadores sociais dessas cidades.
Campo Grande, por exemplo, tem um PIB per capita inferior à média nacional e enfrenta problemas como baixa escolarização, alta mortalidade infantil (11,9 por mil nascidos vivos) e apenas 16,6% dos domicílios com esgoto tratado. Além disso, há desigualdades de renda entre homens e mulheres e uma significativa diferença na expectativa de vida entre brancos e negros.
Para o coordenador-geral do Programa Cidades Sustentáveis, Jorge Abrahão, os indicadores acima assinalam a “disparidade” entre as condições dessas capitais da Região Centro-Oeste para enfrentar seus problemas e adotar políticas públicas efetivas. “São cidades ricas no sentido de terem recursos e capacidade para estruturarem serviços. Muito maior do que a quase totalidade das cidades brasileiras”, pontua Abrahão.
Embora haja avanços na criação de conselhos de direitos humanos, as cidades ainda carecem de estratégias eficazes de gestão de riscos climáticos. Campo Grande é uma das cidades com maiores emissões de CO2, em parte devido ao desmatamento no Cerrado.