Campo Grande registrou a segunda maior alta inflacionária do país em fevereiro, contribuindo para a elevação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nacional ao maior patamar em 22 anos para o mês. O índice na capital sul-mato-grossense foi de 1,62%, superando a média nacional de 1,31%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O aumento de 4,21% na tarifa do transporte coletivo urbano, aplicado em 24 de janeiro, foi um dos principais fatores que pressionaram a inflação local. Além disso, a alta nos preços dos combustíveis, especialmente do óleo diesel, etanol e gasolina, também impactou significativamente o índice. O reajuste nas tarifas de água e esgoto, vigente desde o início de janeiro, e o aumento nas mensalidades de escolas particulares agravaram ainda mais o cenário inflacionário.
Outro fator de peso foi o fim do bônus de Itaipu, que fez com que a energia elétrica se tornasse um dos vilões da inflação em nível nacional. Em janeiro, esse bônus ajudou a conter os reajustes na conta de luz, mas sua ausência em fevereiro contribuiu para a pressão inflacionária. Em contrapartida, a queda nos preços de itens como batata, leite longa vida e arroz ajudou a frear a inflação, mas sem força suficiente para reverter a alta.
No comparativo entre capitais, Campo Grande teve a segunda maior variação do IPCA, ficando atrás apenas de Aracaju (SE), que registrou 1,64%. O índice da capital sul-mato-grossense representa 1,57% da composição do índice nacional. No acumulado do ano, a inflação local atingiu 1,65%, reflexo da variação quase nula registrada em janeiro (0,04%). O IPCA, calculado pelo IBGE desde 1980, considera famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange dez regiões metropolitanas, além de municípios como Campo Grande, Goiânia e Brasília.