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Economia Quinta-feira, 09 de Janeiro de 2025, 13:09 - A | A

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Reajuste ICMS

Preço da gasolina deve ficar mais cara nas próximas semanas em Mato Grosso do Sul

A alta de 15% do dólar desde outubro e o aumento de 8% no preço do petróleo Brent nos últimos 30 dias

Viviane Freitas
Capital News

Os preços dos combustíveis em Mato Grosso do Sul sofrerão dois impactos de aumento nas próximas semanas. O primeiro é o reajuste no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que terá reflexos a partir de 1º de fevereiro. A alíquota sobre a gasolina e o etanol subirá R$ 0,10 por litro, enquanto o diesel terá aumento de R$ 0,06. Esse reajuste é uma prática anual e está relacionado à variação dos preços dos combustíveis entre fevereiro e setembro de 2024, comparado ao mesmo período de 2023.

Em entrevista à Capital News, Edson Lazarotto, diretor-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul (Sinpetro-MS), explicou que "faz parte da cadeia produtiva dos combustíveis o aumento dos preços, assim que ocorrerem os reajustes do ICMS nos estados da Federação". Lazarotto também afirmou que "o impacto do ICMS será sentido diretamente nos preços ao consumidor, já que a alíquota aumenta e isso reflete no preço final dos combustíveis".

Embora o fator do ICMS tenha um impacto imediato, o maior fator que pressiona os preços dos combustíveis é o câmbio. O dólar, que tem se valorizado desde outubro, e o aumento no preço do petróleo Brent são determinantes para o descompasso entre os preços internos e internacionais. Isso gera um cenário de defasagem, especialmente no diesel, que está com o preço cerca de 16% abaixo do valor praticado internacionalmente.

O economista Michel Constantino explica que, quando há essa defasagem, a Petrobras enfrenta perdas financeiras, já que precisa cobrir os custos de aquisição do petróleo. "Isso quer dizer que a Petrobras está tendo prejuízo, segurando os preços mais baixos", explicou. Esse descompasso reduz os lucros da empresa e a capacidade de reinvestir, além de gerar pressão para que os preços aumentem em breve.

Embora o impacto do ICMS e da defasagem no mercado internacional esteja claro, o governo tende a segurar ao máximo os reajustes para evitar que a inflação dispare ainda mais. Edson Lazarotto ressaltou que "o governo está tentando segurar o reajuste porque ele afeta diretamente a inflação, que já está elevada e impacta a vida dos brasileiros. Qualquer aumento adicional no preço dos combustíveis pode afetar diretamente todos os setores da economia, especialmente o transporte".

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