Quinta-feira, 10 de Julho de 2008, 09h:31 -
A
|
A
Número de empregos gerados pela construção civil no Estado aumenta em 60%
Da Redação
Levantamento do Radar Industrial, produzido pela Diretoria de Gestão Estratégica da Assessoria de Economia da Fiems – Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul –, aponta que o número de empregos gerados pela indústria da construção civil no Estado aumentou em 60% de 2000 a 2007. Enquanto em 2000 a indústria da construção civil gerou 10.708 empregos diretos, no ano passado o número chegou a 17.137, o que representa um crescimento médio do emprego formal no setor da ordem de 6,95% ao ano.
Quanto à escolaridade, segundo o Radar Industrial, constatou-se pouca variação nos principais estratos. Em 2000, 81% da mão-de-obra empregada no setor tinha somente até a 8ª série do Ensino Fundamental, enquanto em 2006 o mesmo estrato ainda concentrava 72% da mão-de-obra empregada, aliado ao fato que, desse contingente, mais da metade não chegou a completar a 8ª série.
Essa condição causa, naturalmente, um obstáculo ao desenvolvimento da indústria da construção Civil em Mato Grosso do Sul. Os indivíduos com baixa escolarização tornam-se menos aptos à absorção pelo setor para a realização de atividades com maior conteúdo técnico, para as quais a utilização de novos processos e equipamentos é hoje uma realidade, sobretudo no atual ambiente de forte expansão onde os ganhos em produtividade se tornam um imperativo.
Qualificação
Com base na Pesquisa de Identificação das Demandas por Capacitação Profissional e Serviços Técnicos e Tecnológicos no Estado, realizada pelo Senai/MS em 2007, o Radar Industrial revela ainda que as habilidades com mais demandas por capacitação profissional em Mato Grosso do Sul na indústria da construção civil são: pedreiro (64%), mestre de obras (56%), carpinteiro de formas (48%), operação de máquinas pesadas (48%), armador de ferro (44%) e inspeção e recebimento de materiais em canteiros de obras (40%).
Segundo o Sinduscon/MS (Sindicato Intermunicipal das Indústrias da Construção de Mato Grosso do Sul), há um déficit de dez mil trabalhadores capacitados para o setor, sendo cinco mil em Campo Grande e cinco mil nas cidades do interior do Estado. No sentido de criar as condições para a formação dessa mão-de-obra alinhada às novas demandas do setor, a Fiems construirá na Capital a Escola Técnica da Construção Civil.
De acordo com o presidente da Fiems, Sérgio Marcolino Longen, as obras da Escola Técnica da Construção Civil terão início no primeiro trimestre do próximo ano. “O projeto já está em andamento junto à CNI (Confederação Nacional da Indústria) e deve ser concluído ainda neste ano. Após essa etapa, poderemos iniciar as obras”, prevê.
O terreno para a construção da Escola Técnica da Construção Civil foi doado pela Prefeitura de Campo Grande no dia 23 de junho e localiza-se ao lado da área destinada à construção da Escola Técnica Federal, próximo ao Aeroporto Internacional de Campo Grande. “É um local excepcional”, analisou Sérgio Longen.
Ganhos salariais
Apesar da falta de qualificação, o segmento encontra-se aquecido e a existência de condições favoráveis ao seu crescimento, tais como a desoneração de importantes insumos usados na construção civil, bem como a ampliação da oferta de crédito e mais facilidades para o financiamento das moradias, indica que o atual desempenho deverá continuar e até aumentar nos próximos anos.
Essas boas condições proporcionaram ganhos salariais aos trabalhadores. A massa salarial da indústria da construção civil em Mato Grosso do Sul cresceu 39% entre 2000 e 2006. Elevação superior, portanto, ao crescimento do emprego formal no mesmo período, garantindo assim um ganho salarial real de 2,43% a despeito do perfil pouco adequado da mão-de-obra a atual demanda por trabalhadores no setor. O salário médio pago ao trabalhador da Construção Civil em 2006 (último ano disponível para a série) ficou em R$ 776,01.
Empresas
Ainda conforme o Radar Industrial, de 2000 a 2006, a quantidade de empresas do setor existentes no Estado apresentou um crescimento de 15%, o que significa um aumento médio de 2,32% ao ano. O número de indústrias do setor saltou de 1.011 em 2000 para 1.160 no ano de 2006.
A maioria das 1.160 empresas do setor no Estado está concentrada em Campo Grande, onde há um total de 698, sendo 601 micros, 79 pequenas, 15 médias e apenas três de grande porte. A cidade de Dourados aparece em seguida com 129 empresas, sendo 123 micro e seis de pequeno porte, enquanto Três Lagoas aparece em terceiro com 47 empresas, das quais 46 são micro e apenas uma de pequeno porte.
As cidades de Corumbá e Naviraí aparecem logo em seguida em número de empresas. Enquanto a primeira cidade tem 32 empresas – 27 micros, três pequenas e duas de médio porte – a segunda tem 29 empresas, sendo 29 micros e uma de pequeno porte. (Fonte: Fiems)