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Interior Quarta-feira, 11 de Junho de 2008, 14:35 - A | A

Quarta-feira, 11 de Junho de 2008, 14h:35 - A | A

Comitê defende punição contra violência no trânsito

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br) (DA)

A alta incidência e a gravidade dos acidentes que aconteceram nos últimos dias no trânsito de Campo Grande mobilizaram o Comitê Gestor Municipal de Urgência a promover, na manhã dessa quarta-feira (11.06), uma reunião extraordinária, na Coordenadoria de Apoio aos Órgãos Colegiados.

De acordo com o coordenador municipal de urgência e emergência, Eduardo Cury, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência começou a atender há 42 meses em Campo Grande com uma média de seis mil ligações por mês. Hoje, são em média 31 mil ligações no mesmo período, sendo que a maioria são registros de acidentes de trânsito. Para exemplificar a gravidade da situação, ele relatou que em apenas meia hora da última sexta-feira (06.06), no intervalo entre as 7h e às 7h30min, o Samu atendeu seis colisões envolvendo motociclistas.

“Precisamos propor medidas mais drásticas para conter essa violência excessiva no trânsito. O que a gente observa na rotina de trabalho é a velocidade exagerada, a falta de habilidade e o não cumprimento às leis de trânsito que acabam gerando casos graves com traumas e até mortes”, ressalta Cury.

O presidente do Conselho Regional de Medicina, Sérgio Couto, também é plantonista no pronto socorro da Santa Casa. Ele revela que por conta da gravidade da situação, a Santa Casa acabou deixando a identidade de ser hospital de ensino para ser hospital especialista em trauma. “Por mês, realizamos cerca de 1.300 cirurgias, destas 700 são de ortopedia, sendo que 90% delas são resultantes de acidentes de trânsito e ainda 90% destes têm o envolvimento de motociclistas”, anunciou o médico solicitando medidas urgentes porque o custo é alto.

Em média, cada paciente de acidente que precisa dos serviços de uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva), custa em média 70 mil reais. O diretor clínico da Santa Casa, Leonildo Herrero, explicou que cada paciente de cirurgia eletiva permanece no hospital em média 24 horas, enquanto os de ortopedia chegam a completar meses internados. “Em média são 24 horas, 48 horas ou no máximo três dias de permanência no hospital, enquanto que os pacientes de ortopedia ficam no mínimo 15 dias, mas chegam a permanecer dois meses no hospital. Situação que, de forma geral, compromete o atendimento no hospital”, revelou.

Os representantes das entidades concordaram que é necessário continuar com as ações de prevenção e educação no trânsito, mas pediram a adoção de medidas imediatas de fiscalização e punição.

O Capitão da Polícia Militar, Edgar Almada, lembrou que Campo Grande detém o quarto maior índice de acidentes de trânsito entre as capitais brasileiras. Ele revelou que as fiscalizações são efetivas e que durante as duas blitze que a polícia realiza por dia, de segunda à sexta-feira em diferentes pontos da cidade, o número de notificações de pessoas conduzindo sem carteira de habilitação, sob a influência do álcool e infringindo as leis de trânsito tem aumentado muito e chega a cinco em cada operação, totalizando pelo menos dez por dia.

“Um dos pontos mais críticos no nosso trânsito, ao contrário do que se pensa, não é a avenida Ernesto Geisel, mas a Afonso Pena tanto com a rua 13 de Maio, quanto com a rua 14 de Julho”, revelou. Ele ainda defendeu a adoção de medidas rígidas no trânsito. “Não temos policias para permanecer em todos os pontos necessários do centro e da periferia de Campo Grande fiscalizando e punindo, por isso precisamos de medidas imediatas e equipamentos que façam com que os motoristas percebam a necessidade de obedecer as leis de trânsito. Precisamos de lombadas eletrônicas e radares, pois só dessa forma poderemos reduzir e melhorar um pouco a situação dramática do trânsito da Capital”, defendeu.

Finalizando as discussões, o coordenador do Comitê Eduardo Cury marcou uma próxima reunião entre o Comitê, o Poder Judiciário e as comissões de trânsito da Câmara de Vereadores e da Assembléia Legislativa. Enquanto isso, o policiamento será intensificado pela Ciptran (Companhia Independente de Trânsito), Agetran (Agência Municipal de Trânsito) e PRF (Polícia Rodoviária Federal), com o uso do bafômetro e radar móvel. Também ficou definido que o Detran aumentará as exigências na hora de conceder a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e, ainda, estabelecerá punições para os infratores para que os mesmos prestem serviços nos hospitais e no Samu.

“Também estamos propondo que cidades como Dourados e Três Lagoas onde o trânsito também é violento e ainda encaminham as vítimas para Campo Grande realizem discussões lideradas pelo Coordenador de Urgência do Estado”, finalizou Eduardo Cury. (Com Assessoria)

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