Governo pode assumir o controle do Porto de Ladário

O Ministério dos Transportes promoveu, na manhã da ultima sexta-feira, a primeira reunião de trabalho para avaliar a proposta do governo de Mato Grosso do Sul de assumir o controle administrativo e operacional do Porto de Ladário, que pertence à União. O terminal, hoje desativado, está sob o gerenciamento da Ahipar (Administração da Hidrovia do Paraguai), com sede em Corumbá.

O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, criou um Grupo de Trabalho (GT), por meio da portaria nº 38, de 21 de fevereiro deste ano, com a tarefa de discutir a viabilidade de delegar ao Estado a exploração do importante porto fluvial da Hidrovia do Paraguai. O GT tem a coordenação do diretor do Departamento de Programas de Transportes do ministério, Edison de Oliveira Viana Júnior.

Integram o grupo: Márcio Justiniano Ribeiro e Maria Goretti Teixeira, do Ministério dos Transportes; Fermiano Yarzon (superintendente da Ahipar) e João Rufino de Souza, pelo Dnit (Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes); Carlos Alberto Menezes, Edson Girotto e Evandro Eurico Faustino, do Governo do Estado. O GT terá 60 dias para concluir o estudo e apresentar relatório final.

Para o coordenador Edison Viana, a iniciativa do governo do Estado em operacionalizar um porto considerado estratégico do ponto de vista das potencialidades da região, incluindo a Bolívia, é “extremamente interessante”. Para ele, o Estado é um importante aliado da União em garantir infra-estrutura para acelerar o desenvolvimento econômico regional.

Ele informou que foi definido que haverá uma audiência pública para garantir o envolvimento dos municípios (Ladário e Corumbá) e da sociedade, visando debater qual o modelo ideal para retomar a atividade do porto. O Ministério dos Transportes tem projeto para readequar o terminal, elaborado pela Ahipar, mas os investimentos não ocorreram devido ao embargo judicial na hidrovia, que findou em 2007.

Os secretários Edson Girotto e Carlos Alberto Menezes fizeram uma explanação da proposta inicial do Estado, salientando que o Porto de Ladário faz parte do planejamento estratégico traçado pelo atual governo visando eliminar deficiências existentes no setor de transportes, em especial no fluvial. “Estamos desprovidos de terminais competentes para atrair investidores”, disse Menezes.

Garantir logística

O superintendente da Ahipar, Fermiano Yarzon, apresentou um cenário favorável ao transporte hidroviário, com o crescimento da demanda de grãos em Mato Grosso e da Bolívia e o aumento expressivo das exportações de minério de ferro a partir deste ano. Ele disse que o interesse do Estado em retomar o Porto de Ladário vem somar às metas do Ministério dos Transportes e do Dnit.

Presente à reunião, o senador Delcídio do Amaral (PT/MS) disse ser favorável a parceria da União com o Estado na operacionalização do terminal. “Há uma perspectiva favorável de grandes investimentos na região, elevando a movimentação de cargas para 13 milhões de toneladas/ano, e precisamos de um porto compatível”, disse o parlamentar. “E este porto estratégico é o de Ladário.” (Da Assessoria)