Segunda-feira, 28 de Julho de 2008, 17h:07 -
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MS deve se tornar 1º estado auto-sustentável em carvão
Da Redação - (DA)
O plantio de florestas de eucalipto no Estado deve proporcionar a sustentabilidade em carvão vegetal das indústrias siderúrgicas aqui instaladas. A previsão é que em 2011 as empresas comecem a produzir o próprio carvão vegetal a partir de suas florestas. Em oito anos, as siderúrgicas devem atingir a auto-suficiência.
O projeto florestal das empresas segue em ritmo intenso. De acordo com a Associação Sul-mato-grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas – Reflore/MS, as associadas MMX e Vetorial encerram este ano com 23 mil hectares plantados. “As siderúrgicas do estado estão investindo mais de R$ 300 milhões em seus projetos florestais”, explica o diretor-executivo da entidade, Dito Mário.
Até 2016 as siderúrgicas devem plantar 80 mil hectares de eucalipto nos municípios de Ribas do Rio Pardo, Água Clara, Dois Irmãos do Buriti, Anastácio, Nioaque, Guia Lopes da Laguna e Jardim.
“A maior parte deste plantio está acontecendo em áreas degradadas contribuindo, inclusive, com a recuperação de pastagens e solos em processo de erosão”, ressalta o diretor, lembrando que a espécie florestal é indicada pelo seu rápido crescimento e fácil adaptação.
Uma das vantagens do carvão vegetal de eucalipto é o balanço positivo de emissão de gases de efeito estufa. O processo é simples: durante o período de crescimento da floresta, as árvores capturam carbono da atmosfera, liberando oxigênio. Uma área de floresta, necessária para a produção sustentada de 1 tonelada de ferro gusa, capta, pela fotossíntese, mais de 19 toneladas de dióxido de carbono e libera mais de 16 toneladas de oxigênio.
A matéria-prima, essencial na fabricação de ferro gusa, é utilizada em Mato Grosso do Sul pela MMX (Corumbá), Vetorial (Campo Grande e Ribas do Rio Pardo) e Simasul (Aquidauana).
Conhecendo termos e produtos
Ferro gusa, carvão vegetal e coque ou carvão mineral, respectivamente, é o produto imediato da redução do minério de ferro pelo carvão vegetal e calcário em um alto forno, é matéria prima do aço; produto obtido a partir da queima ou carbonização da madeira; combustível fóssil natural extraído da terra através de processos de mineração.
Considerando aspectos ambientais, as vantagens do carvão vegetal sobre o carvão mineral são muitas: produção renovável, emissão negativa de carbono, ou seja, a floresta em crescimento absorve mais carbono do que é produzido em todo o processo. O gusa produzido a partir do carvão vegetal é praticamente isento de enxofre. O gusa de coque (carvão mineral) precisa ser tratado em metalurgias específicas para sua redução.
SERVIÇO
Com o objetivo de proporcionar a imprensa local, estadual e nacional informações e pautas relacionadas ao cluster florestal, a Reflore/MS participa no dia 6 de agosto do “Café com Notícias”, evento que irá debater sobre o tema “Siderurgia a carvão vegetal em MS. Sustentabilidade, desenvolvimento econômico, legislação e perspectivas”.
A programação se dará no auditório da Federação das Indústrias do Estado (Fiems), das 7h30 às 11 horas. Também estão confirmadas as presenças dos seguintes setores: siderurgia (Vetorial, MMX e Simasul), indústria de carvão vegetal (Fiems e Sindicarv), órgãos ambientais (Imasul, Ibama e Secretarias de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo) e setor produtivo (Famasul).Maiores informações pelos telefones (67) 3318-5053/3341-2908, com assessoria de imprensa.