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Interior Quinta-feira, 12 de Junho de 2008, 10:22 - A | A

Quinta-feira, 12 de Junho de 2008, 10h:22 - A | A

Presidente da Fiems defende a mudança de horário do Estado em debate na Uniderp

Da Redação

O presidente da Fiems – Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul –, Sérgio Marcolino Longen, defendeu ontem à noite (11/06), no programa “Em Debate”, produzido pela TV Pantanal, da Uniderp (Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal), que o fuso horário do Estado seja o mesmo do Distrito Federal, ou seja, que os relógios sejam adiantados em uma hora, evitando prejuízos à atividade industrial sul-mato-grossense.

Sérgio Longen destacou para a platéia composta por acadêmicos dos cursos de Administração e Jornalismo da Uniderp que Mato Grosso do Sul, assim como o Brasil, vive um momento econômico muito bom. “Nós acreditamos que somente com emprego e renda, o cidadão pode ter o seu lado social preservado. Não existe saúde sem recursos”, declarou, lembrando a Fiems tem debatido problemas que provocam atrasos do desenvolvimento estadual.

O empresário ressaltou ainda que Mato Grosso do Sul iniciou há cinco anos sua “revolução industrial” e os números mostram hoje que a economia do Estado vai bem com o aumento do número de empregos gerados pelo setor industrial. “Nós entendemos que é dada a hora de debater os problemas que emperram o nosso desenvolvimento, já debatemos a questão energética e agora chegou a vez da questão do horário. A democracia nos permite que o assunto seja debatido e é isso que estamos fazendo”, declarou.

Nascer do sol

O presidente da Fiems informou também que já tem algumas pesquisas que demonstram que as pessoas estão se manifestando pelo “sim” ou pelo “não”, entretanto, ele gostaria de propor que se colocasse o “tanto faz”. “Muitas pessoas que estão votando pelo “não”, não sabem o porquê dessa posição, muitas vezes, fazem isso por tradição. As pessoas que estão a favor da mudança englobam a parte da população que move a nossa economia e que gera riquezas”, disse.

Sérgio Longen destacou que a Fiems defende o debate e, em momento algum, tenta impor a posição do setor industrial. “Precisamos avaliar a posição de toda a sociedade, entendemos que a mudança de horário seja feita em razão dos problemas econômicos e sociais. A Federação acredita que Mato Grosso do Sul não pode ter um horário diferente do adotado nos Estados desenvolvidos”, disse.

O empresário apresentou ainda um estudo meteorológico, comprovando que o sol nasce às 6h06 no mês de junho no Estado. “Durante a maioria do ano Campo Grande tem 13h16 de insolação, sendo que em janeiro o sol nasce às 5 horas, enquanto em dezembro o nascer do sol é às 4h49, ou seja, entendemos que alterando o horário vamos continuar trabalhar sempre com a luz do dia. Nossa proposta não é mudar o sol, mas mudar o horário”, reforçou, completando que a Fiems defende a mudança de horário por entender que isso trará mais desenvolvimento ao Estado. “Não é possível sentarmos sobre os nossos calcanhares e não encontramos formas de tratar do desenvolvimento do Estado”,

Pesquisa

Ele informou que a Fiems encomendou um levantamento para identificar os prejuízos econômicos que a diferença de uma hora em relação ao horário de Brasília causa à atividade industrial sul-mato-grossense. “A falta de sincronização do fuso horário estadual com o nacional provoca ao setor produtivo do Estado a perda de duas horas de trabalho por dia, um dia por mês e quase um mês por ano. Isso é prejuízo econômico e atraso nos processos produtivos de Mato Grosso do Sul”, destacou o empresário.

Sérgio Longen informou que a Federação precisa estar presente em toda e qualquer ação que envolva o processo industrial e por isso desenvolve a campanha “Chega de Atraso. Mato Grosso do Sul na Hora Certa” em Campo Grande e nas principais cidades do Estado com a distribuição de adesivos e instalação de outdoors.

Ele informa que o levantamento, além de identificar os prejuízos econômicos que essa diferença no horário de Mato Grosso do Sul com o de Brasília traz para a atividade industrial, também apontará quais os horários de maior risco de insolação e o número de pessoas que migraram para o Estado e são nativos de locais onde o fuso horário é semelhante ao oficial.

Outros debatedores

Além do empresário Sérgio Longen, também participaram do debate o vereador Athayde Nery, que encabeça abaixo-assinado em defesa da mudança de fuso horário de Mato Grosso do Sul, o cardiologista Luís Ovando, que é contrário à mudança por entender que há riscos à saúde, e o deputado estadual Paulo Duarte, que também é contra alterar o horário do Estado.

Paulo Duarte disse aos acadêmicos que Mato Grosso do Sul está na hora certa de acordo com sua localização geográfica. “Estamos no horário adequado à nossa localização. Há estudos que atestam isso e não tem como o Brasil, um país de dimensões continentais, tenha um único horário”, declarou, que é contra a mudança de horário, pois a lei dos homens não pode mudar a leis da natureza.

Já o vereador Athayde Nery expôs que não aceitar a mudança de horário é continuar vivendo no passado e não entender que o mundo mudou. “Mato Grosso do Sul está localizado mais ao Sul do Brasil e nosso horário também deve acompanhar isso”, analisa, lembrando que o Pará e o Acre já conseguiram alterar os respectivos fusos horários e que chegou a vez do Estado.

O médio Luís Ovando posicionou-se contra a mudança de horário porque isso causará problemas ao sistema imunológico dos moradores do Estado. “A privação do sono compromete a saúde do homem, provocando déficit de sono, aumentando o número de acidentes por falta de atenção, crescimento da agressividade e até de roubos e furtos”, garante, prevendo que o novo horário vai criar mais doenças.  (Informações da Assessoria da Fiems)

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