Sábado, 15 de Dezembro de 2007, 13h:20 -
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Setor de Confecção e Têxtil cresce 15% ao ano no MS
Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)
Setor cresce 15% ao ano
Em Mato Grosso do Sul o setor vestuário/têxtil tem crescido em média 15% ao ano, com investimentos de mais de 200 milhões de reais, nos últimos seis anos, em implantação e ampliação de indústrias de confecção, têxtil e fiação gerando, atualmente, mais de 13.500 empregos diretos. São 420 indústrias do setor, sendo 12 de tecelagem e fiação, a maior parte delas instaladas em Três Lagoas. O segmento já está em terceiro lugar no Estado como importador de insumos industriais. Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Vestuário, Tecelagem e Fiação de MS (Sindivest/MS), José Francisco Veloso Ribeiro, “a indústria do vestuário no país, a exemplo do que tem ocorrido na economia como um todo, tem mostrado sinais inequívocos de entrada no processo de crescimento sustentado”.
Em Campo Grande, com apoio da Prefeitura Municipal, esse número se repete. Como conseqüência dos incentivos fiscais, a doação de terrenos e qualificação de mão-de-obra, o setor tem implantado e ampliado indústrias de confecção, gerando mais de 3.200 empregos diretos nas mais de 120 indústrias de confecção, incluindo as de grande porte.
Na avaliação do presidente do Sindivest/MS esses incentivos atraem empresas mais modernas e de todos os tamanhos, possibilitando ao setor alcançar novos patamares tecnológicos com melhoria da mão-de-obra local. “O segmento possui uma nova cultura empreendedora o que garante pontos importantes para a sustentabilidade do setor e, ainda, investimentos futuros dentro da cadeia produtiva”.
Um setor muito motivado com grande margem de crescimento principalmente com as ações realizadas pelo Sindivest/MS na formação e qualificação de mão-de-obra. Em 2007 o crescimento do setor foi acima da média da economia brasileira. Essa é a opinião de Cláudio Braz Salomão, da Indústria Íris Compressiva que atua no ramo de modeladores pós-cirúrgicos e malhas para queimados. “É claro que necessitamos do apoio do Governo do Estado já que estamos distantes do considerado mercado mais competitivo, no caso o eixo Rio-São Paulo, sendo importante os incentivos para podermos competir com esses produtos”,
O crescimento do setor, explica Veloso, pode ser analisado pelo fato da cadeia produtiva - onde se insere a indústria do vestuário - ser muito ampla já que fazem parte dela o setor agropecuário, responsável pela produção e beneficiamento de fibras têxteis vegetais e animais; a indústria de fabricação de fibras químicas e produtos químicos auxiliares (tintas, corantes); a indústria de produção de bens de capital (máquinas e equipamentos para o setor do vestuário) e a indústria têxtil (beneficiamento de materiais têxteis, fiação, tecelagem – plana e de malhas – e acabamento de fios e tecidos).
O diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento de Campo Grande (ADCG), Paulo Ponzinni, reconhece que o setor vem desenvolvendo um trabalho significativo principalmente a partir de 1.992 com a implantação do Decreto nº. 6.692 que oportunizou ao setor mais competitividade. ”Ver o segmento hoje consolidado, com a instalação de grandes empresas, é muito gratificante. Sem dúvida nenhuma foi o Sindicato que mais cresceu contribuindo com a geração de emprego e renda”. Para Ponzinni, o Programa Compras Governamentais é, ainda, um dos principais anseios do Sindicato no que se refere à relação entre as prefeituras e o Governo do Estado. “O prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho, está buscando embasamento legal para sua real utilização". Sobre o momento atual ele avalia que o setor busca tecnologia e inovação para obter mais resultados e acessar novos mercados. “A ADCG espera auxiliar nesse processo e estará contribuindo com a implantação de uma plataforma logística, de um parque tecnológico e no fortalecimento da capacitação e qualificação de mão-de-obra”, finaliza ele.
Já o presidente da Federação das Indústrias do Estado de MS (Fiems), Sérgio Longen, destaca o trabalho realizado pelo Sindivest/MS e enfatiza a importância da nova política do Sistema Fiems – com a marca Indústria Ativa e o Programa MS Faz – em fortalecer e consolidar o setor industrial, em elevar a representatividade da indústria sul-mato-grossense disponibilizando condições de capacitação e negócios, contribuindo para o crescimento econômico-social do Estado. “Hoje esse setor é liderado por empreendedores dinâmicos e capazes que estão conseguindo, com a realização de ações diversificadas e parcerias, gerar empregos, melhorar o seu produto e, consequentemente, alcançar novos mercados”.
Outro ponto importante para as empresas do setor do vestuário e confecção foi à questão do ICMS garantido. Para o diretor superintendente do Sebrae/MS, Cláudio Jorge Mendonça, “o setor do vestuário foi o grande beneficiado pelo movimento liderado pelo Sindivest/MS, pela Fiems e pelo Sebrae/MS que assegurou a não incidência do ICMS garantido em vendas dentro do estado de Mato Grosso do Sul. Com isso centenas de micro e pequenas empresas desse setor, que mais empregam e geram rendas nos municípios, tiveram uma redução significativa na sua carga tributária. Isso demonstra também que o trabalho em parceria entre as instituições, com sempre foi à crença e a atuação do Sebrae/MS, traz excelentes resultados para toda a comunidade empresarial”.
Novas tecnologias - Um trabalho desenvolvido pelo Sindivest/MS mostrou que a evolução tecnológica da indústria do vestuário está estreitamente vinculada ao grau de integração deste setor com a indústria têxtil, condição essencial para a entrada da cadeia produtiva têxtil-vestuário no mercado internacional e no mundo da moda. “A inovação tecnológica no setor, na perspectiva da produção integrada, possibilita elevar o nível de desempenho técnico, melhorar a qualidade e a confiabilidade dos produtos e reduzir custos do processo de manufatura. Isto porque as tendências de moda dependem da flexibilidade adotada no processo de produção: pronta-entrega de roupas, manutenção e crescente redução dos prazos de fabricação e acompanhamento do lançamento de novos modelos”, diz o presidente do Sindivest/MS.
As tendências de inovação tecnológica no setor do vestuário caminham no sentido de uma maior integração com o setor têxtil e abrange a introdução, tanto de CAD/CAM, para desenvolvimento de produtos e planejamento integrado da produção, quanto de estações gráficas e sistemas computadorizados de design, entre outros.
Curso técnico - Para acompanhar esse crescimento o Sindivest/MS já solicitou ao Senai a criação de um curso técnico de vestuário. “O principal objetivo será o de habilitar os profissionais que atuam nas indústrias do vestuário, nas áreas de planejamento, coordenação, acompanhamento e orientação do sistema de fabricação, para podermos melhorar e inovar a cadeia produtiva”, explica Veloso. O Senai/MS já está fazendo um levantamento, em unidades do Senai de todo o país, sobre os cursos existentes e como são estruturados.
Segundo Jaime Verruck, diretor regional do Senai/MS, o curso está em fase de formatação e em fevereiro deve ser encaminhado ao Conselho Estadual de Educação (CEE) para avaliação e, caso aprovado, iniciado no segundo semestre de 2008. Verruck ainda destacou outras parcerias com o Sindivest/MS e também com o Departamento Nacional do Senai, como a estruturação do Sistema CAD/CAM/Audaces cujo laboratório já está instalado e o plotter em processo licitatório.
2008 - Estão previstas a implantação de mais cinco grandes indústrias em Campo Grande a partir de janeiro de 2008 e ampliação das já existentes como Tip Top, Universo Íntimo e Bumerang que, juntas, irão gerar aproximadamente 1.200 empregos diretos com investimento de mais de 20 milhões de reais. Entre elas a Cabriolli, TNG, Brasrafia, a IMB Têxtil de São Paulo/SP, fabricante da marca Puket, uma das maiores empresas no mercado de meias do Brasil e a primeira fábrica do setor em MS.
Também estão previstos treinamentos, cursos, ações de mercado que serão realizadas em parceria com Senai, Sesi, IEL, Conselho Temático Permanente da Micro e Pequena Empresa Industrial (Compem), Sebrae, Senac, CRA/MS, Universidades, Governo, prefeituras, bancos oficiais, entre outros.