Enquanto seleções com uniformes da Adidas e da Puma se enfrentam nos campos da Copa do Mundo de Futebol na Rússia, vale a pena ver o filme ‘Adidas x Puma’. Se disputas entre irmãos já costumam dar bons filmes, imagine quando se trata de um caso real.
Unesp
Oscar D'Ambrosio
Esse é justamente o caso da história, em plena Segunda Guerra Mundial, das convergências e divergências que levarão os irmãos Adi e Rudi a criarem duas das maiores marcas esportivas do mundo: a Adidas, fundada por eles, em 1920, e a Puma, dissidência estabelecida por Rudi, em 1948. Vale ainda lembrar que a Adidas, com suas chuteiras que permitiam colocar travas altas, ideais para enfrentar o campo molhado, foi essencial para a vitória da Alemanha sobre a Hungria, na final da Copa do Mundo de 1954.
Sob a direção de Oliver Dommenget, o filme permite refletir sobre como começa a Adidas. De um lado, Adi (o homem da fábrica, responsável pela confecção de calçados esportivos, inclusive do atleta negro dos EUA Jesse Owens, campeão olímpico em Berlim, dentro da casa nazista); do outro, Rudi (o homem do marketing e das vendas).
A associação que parecia ideal mergulha numa crise profissional e pessoal que leva a separação e a brigas judiciais sobre criação de produtos e a discussões sobre colaborações com os nazistas, um fantasma que assombra as empresas alemãs desde aquele período até hoje. Acima de tudo, o filme nos leva a pensar sobre como é difícil trabalhar em sociedade, ainda mais quando se trata do universo familiar.
A divisão de tarefas, a confiança mútua e a decisão das melhores estratégias somente são transformadas em sucesso quando existe sinergia criativa entre aqueles que tomam as decisões. Isso não significa concordar em tudo, mas poder dialogar criativamente, havendo espaço para as diferenças rumo ao êxito. A tarefa não é nada simples...
*Oscar D'Ambrosio
Mestre em Artes Visuais, doutor em Educação, Arte e História da Cultura, é Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
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