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Opinião Quarta-feira, 23 de Abril de 2025, 12:14 - A | A

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Previsibilidade e retorno acima da média: Seria a volta do aluguel como investimento?

Por Guilherme Colpo*

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Nos últimos anos, vimos uma transformação silenciosa, mas significativa, no comportamento de quem investe em imóveis. O que antes era visto como investimento de longo prazo, com retorno mais conservador, voltou a chamar atenção como uma alternativa altamente rentável e estável. E não é por acaso.

A combinação de valorização imobiliária com uma demanda crescente por imóveis para locação está reposicionando o aluguel como uma estratégia inteligente de diversificação da carteira. Em 2024, Belo Horizonte se destacou com o maior retorno bruto do país, atingindo 26,6% ao ano, São Paulo (17,2%) e Rio de Janeiro (12,9%), segundo um estudo da plataforma Quinto Andar em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre). O levantamento considerou a soma da valorização patrimonial dos imóveis com o rendimento mensal obtido com o aluguel.

Esse movimento tem reflexo direto em outro setor que cresceu junto com a valorização do aluguel: o de garantias locatícias. Cada vez mais investidores e imobiliárias estão buscando formas de proteger sua renda passiva, e a garantia locatícia se tornou peça-chave nesse processo. Na Alufacil, fintech que fundei há três anos, atendemos hoje mais de 500 imobiliárias em todo o país e vimos nosso faturamento crescer 200% em 2024, alcançando a marca de R$ 7,5 milhões.

Essa alta demanda por garantia locatícia é, para mim, um termômetro claro da consolidação do aluguel como ativo financeiro relevante. O investidor que compra um imóvel para alugar não quer dor de cabeça — ele quer segurança e previsibilidade. E é isso que a garantia oferece: a certeza de que o aluguel será pago, mesmo em caso de inadimplência.

Mas há também um contexto macroeconômico que reforça esse movimento. Com a taxa Selic ainda elevada — atualmente em 14,25% ao ano — e o crédito imobiliário mais caro, muitas famílias estão adiando a compra do imóvel próprio. A locação, nesse cenário, torna-se não apenas uma necessidade, mas uma escolha racional. Isso aquece ainda mais o mercado de aluguéis e amplia a liquidez dos imóveis investidos.

Diversificar os investimentos é uma estratégia clássica para reduzir riscos, e o imóvel para locação cumpre exatamente esse papel: oferece uma renda mensal previsível e consistente, além da valorização patrimonial. Ao mesmo tempo, atua como contrapeso frente à volatilidade dos ativos de renda variável, como ações ou fundos imobiliários mais expostos ao humor do mercado.

O novo investidor imobiliário não está apenas olhando para o imóvel como patrimônio, mas como produto financeiro. Estamos falando de um novo perfil, mais profissional e atento à relação entre rentabilidade e segurança.


*Guilherme Colpo
Especialista em mercado imobiliário e CEO da Alufacil

 

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