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Opinião Domingo, 06 de Outubro de 2024, 13:24 - A | A

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Opinião

Por Um Novo Futuro

Por Wanderson R. Monteiro*

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"Galiano não dormiu durante a noite. Os pensamentos se atropelavam em sua mente, fazia e refazia planos de como se libertaria da favela e desbravaria todas as fronteiras do mundo"
-M.P. Garnet-
Res Cra

Acredito que todos nós temos sonhos que desejamos alcançar e torná-los reais. Muitos destes sonhos, talvez nem possam ser traduzidos exatamente em palavras, podem ser sonhos dos quais não conseguimos expressar direito, ou que nem saibamos exatamente o que queremos, simplesmente sabemos que queremos algo melhor do que a situação na qual muitas vezes nos encontramos. Queremos e almejamos algum tipo de mudança, sonhamos em alcançar algo melhor para nossas vidas, que satisfaça nossa ânsia, nossos desejos, nossas necessidades e nossa sede de sentido.

Independentemente da idade, todos nós ansiamos por um futuro melhor, uma vida melhor e, mesmo que não tenha relação direta com a idade, tais anseios, desejos, e até dúvidas, com relação ao futuro povoam a mente de muitos jovens, ainda mais quando os mesmos conseguem observar que o meio no qual vivem, e todo o seu contexto social e histórico, não contribuem para que seu futuro seja diferente de seu próprio presente, ou diferente do futuro, e presente, de seus concidadãos.

Na ânsia de ter um futuro diferente de seus iguais, no desejo de se ter uma vida melhor, muitos se perdem em pensamentos e maquinações sobre o que devem ou não devem fazer para que sua história tome um rumo diferente. Para com o personagem de nossa frase introdutória, não era diferente.

Galiano, personagem principal da fantástica obra do escritor M.P. Garnet - fantástica em todos os sentidos -, sonhava em se libertar de toda a sua realidade, de todo o seu contexto, na busca de um futuro e uma história diferente. Atualmente, a história de Galiano nos é narrada por meio de dois livros: “Res Cra”, e “A Simetria Azul”. A série será composta por três livros, de maneira que o terceiro está sendo escrito por seu autor e encerrará a história de Galiano e a trilogia da “Série dos SF”.

O universo - sim, universo - criado por M.P. Garnet é insólito, duro, cheio de perigos e uma enorme desigualdade, de maneira que Galiano teria que lutar e batalhar muito, tendo muita esperança e força de vontade para poder escapar, o mínimo que fosse, do miserável futuro que lhe esperava. Salvas as devidas proporções, a jornada escrita por M.P. Garnet, as dificuldades enfrentadas por Galiano e sua família, juntamente com seu intenso desejo de mudança, refletem a vida e as esperanças de muitas pessoas em nossa atualidade.

O trecho que introduz esse artigo, reflete uma realidade cotidiana de muitos jovens nos diversos lugares pobres do Brasil e no mundo. Essa narrativa traz à tona questões profundas sobre desigualdade, sonhos e a busca por um futuro melhor, minuciosamente orquestrada e apresenta a nós por seu magnífico autor por meio de uma “jornada do herói” esplêndida, que se dá em um universo futurista que nos arrebata para dentro de suas páginas.

Galiano representa a esperança e a determinação que sobrevivem mesmo nas circunstâncias mais adversas. Sua jornada é um testemunho da luta interna de muitos que, como ele, se recusam a aceitar as limitações impostas pelo ambiente em que vivem.

A favela, que no contexto da obra vai muito além das comunidades que conhecemos atualmente, é um local de extrema pobreza e limitações, um local de onde os mais sensatos querem fugir, e onde aqueles que já não têm mais esperança se acomodam, esperando a morte chegar, se afundando em álcool e drogas. Em Res Cra a citação de Salomão no livro de Provérbios, que diz: “Dai bebida forte aos que perecem e vinho, aos amargurados de espírito; para que bebam, e se esqueçam da sua pobreza, e de suas fadigas não se lembrem mais”, se mostra em seu mais exato sentido, e vai de encontro à realidade do pai de Galiano - assim como com a realidade de muitos em nossa atualidade, infelizmente -. Tomo liberdade nesse texto para enxergar a favela de Galiano não somente como o local onde ele vive mas, também, como um símbolo das barreiras sociais e econômicas que restringem as oportunidades de milhares de pessoas. No decorrer da história, Galiano, um sonhador, não se contenta em simplesmente sonhar; ele planeja, age e reflete continuamente sobre como transformar seu desejo de liberdade em realidade, mesmo tendo consciência de seu contexto e da realidade que lhe cerca.

A narrativa escrita por M.P. Garnet nos leva a questionar: quantos Galianos existem por aí, desperdiçados pela falta de oportunidades? A história de Galiano é uma metáfora poderosa não só para a juventude mas para todos nós que, apesar das dificuldades, continuamos a sonhar e a lutar por um futuro melhor, um dos focos principais da história narrada por Garnet. A história de Galiano nos convoca a refletir sobre nosso papel na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, onde os sonhos não sejam apenas sonhos, mas pontes para um futuro possível, que supere, e muito, a triste realidade atual que muitos desfrutam.


*Wanderson R. Monteiro
Autor do livro “Cosmovisão Em Crise: A Importância do Conhecimento Teológico e Filosófico Para o Líder Cristão na Pós-Modernidade”.
Dr. Honoris Causa em Literatura e Dr. Honoris Causa em Jornalismo.
Bacharel em Teologia, graduando em Pedagogia. Acadêmico Correspondente da FEBACLA.
Acadêmico Fundador da AHBLA. Acadêmico Imortal da AINTE.
Vencedor de quatro prêmios literários. Coautor de 15 livros e quatro revistas.
(São Sebastião do Anta - MG)

 

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