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Opinião Sábado, 28 de Dezembro de 2024, 13:24 - A | A

Sábado, 28 de Dezembro de 2024, 13h:24 - A | A

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Saldo econômico de 2024: Brasil cresceu, mas quem vai pagar a conta?

Por João Victorino*

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Dezembro chegou, e é hora de refletir sobre o que fizemos neste ano e como isso afeta nossas vidas no futuro. Quando falamos sobre economia, seja pessoal ou nacional, é importante entender o que acontece à nossa volta. Isso nos ajuda a nos preparar para o que está por vir, seja no bolso ou no mercado de trabalho.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a economia brasileira cresceu 4% no terceiro trimestre de 2024, comparado ao mesmo período do ano anterior. Esse desempenho colocou o Brasil como a quarta economia com maior crescimento entre os países do G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia. Isso é ótimo, pois significa que as pessoas estão trabalhando e ganhando mais.

Mas quem paga a conta disso tudo? Esse crescimento foi impulsionado por políticas que aumentaram os gastos públicos, como mais benefícios sociais e ajustes no salário mínimo. Isso ajudou muitas pessoas a gastar mais e a movimentar o comércio, porém, ao mesmo tempo, pressionou o bolso do governo, que vai ter que pagar essa conta no futuro (com juros nada baratos).

Quando o Brasil cresce, as importações aumentam, o que significa que compramos mais produtos de fora, o que faz o dólar subir. Como resultado, tudo o que é importado - desde eletrônicos até alimentos - fica mais caro. E, claro, isso atinge diretamente as famílias, especialmente as que já estavam lutando para fazer o dinheiro do mês durar. O impacto no custo de vida é real, e afeta especialmente quem já tem pouco.

A inflação deve encerrar o ano acima da meta estabelecida de 4,5%. Ou seja, os preços dos produtos básicos, como comida e combustível, continuam subindo. Embora o governo tenha tentado controlar a situação com juros altos, essa estratégia também prejudica o acesso ao crédito. As pessoas que precisam de um financiamento para comprar uma casa ou um carro sentem na pele os juros altos, e as empresas que querem investir e crescer também encontram dificuldades.

Apesar de mais pessoas terem conseguido emprego este ano, o poder de compra continua ameaçado. Mesmo quem está trabalhando, muitas vezes, não está conseguindo ter um salário que acompanhe o aumento dos preços, que variam de forma constante. Se a inflação continuar a crescer, haverá aumento das desigualdades, com muitos que já têm pouco perdendo ainda mais.

Quando falamos de gastos do governo, as propostas de Fernando Haddad para corte de despesas não convenceram, e estão paradas no Congresso, enquanto as projeções de aumento nas despesas públicas para os próximos anos acenderam um sinal de alerta. No fim, ninguém gosta de ver cortes no orçamento, mas é algo necessário para evitar problemas maiores mais à frente. Quanto mais adiamos, mais caro será para todos.

Se quisermos evitar que o real perca ainda mais valor, precisamos tomar atitudes mais equilibradas na economia. O impacto disso no nosso bolso é direto, principalmente para quem ganha menos, porque os preços dos produtos essenciais continuam subindo, e o custo de vida aumenta.

O saldo econômico de 2024 é um misto de crescimento e preocupações para o futuro. Embora o Brasil tenha apresentado números positivos, as dificuldades macroeconômicas ainda exigem cautela. O ano termina com uma lição importante: se preparar financeiramente para o futuro não é uma escolha, mas uma necessidade.


*João Victorino
Administrador de empresas, professor de MBA do Ibmec e educador financeiro. Com uma carreira bem-sucedida, busca contribuir para que as pessoas melhorem suas finanças e prosperem em seus projetos e carreiras. Para isso, idealizou e lidera o canal A Hora do Dinheiro com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.

 

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