O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, abordou durante entrevista no programa Roda Viva da TV Cultura, o caso de feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, morta na última semana após buscar ajuda na Casa da Mulher Brasileira e ser orientada a retornar para casa. O crime gerou forte repercussão e colocou em evidência falhas no atendimento a mulheres vítimas de violência no estado.
Riedel admitiu que houve falhas institucionais e destacou que o governo montou um gabinete de crise para revisar protocolos e buscar soluções efetivas. "É claro que houve falha. A vítima procurou ajuda e não podemos ignorar o que aconteceu. Precisamos entender onde erramos e corrigir isso de forma estruturada", afirmou.
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Jornalista Vanessa Ricarte
Medidas anunciadas pelo governo
O governador revelou que uma das principais ações será a digitalização dos protocolos de atendimento, garantindo que as medidas protetivas sejam disponibilizadas de forma imediata ao Judiciário. "Hoje, muitas medidas protetivas demoram até 100 dias para que o agressor seja notificado. Isso não pode continuar. Estamos trabalhando para reduzir drasticamente esse tempo", garantiu.
Além disso, Riedel destacou que o governo pretende ampliar o uso de tecnologia, incluindo a implementação do botão do pânico para vítimas e o monitoramento de agressores por tornozeleiras eletrônicas. Um comitê gestor foi criado para detalhar e acelerar a execução dessas estratégias.
Responsabilização e investigação
Quando questionado sobre o afastamento de funcionários envolvidos no atendimento à vítima, o governador afirmou que as investigações ainda estão em curso e que qualquer medida será tomada com base em apuração rigorosa. "Não podemos pré-julgar ninguém, mas também não podemos permitir que falhas como essa se repitam. Se houver negligência comprovada, haverá consequências", assegurou.
O caso de Vanessa se soma a outros 30 feminicídios registrados no estado desde 2023. Diante desse cenário, Riedel enfatizou a necessidade de revisão profunda dos processos de proteção às mulheres. "O estado falhou, a sociedade falhou. Precisamos de medidas eficazes e urgentes para que crimes como esse não voltem a acontecer", concluiu.
Eduardo Riedel fala sobre caso grave de feminicídio no Mato Grosso do Sul e segurança pública
