A falta de água potável nas aldeias indígenas de Dourados, infelizmente ainda é uma realidade cruel dos povos originários. Visando dar mais qualidade de vida para as mais de 20 mil famílias indígenas, diversas ações por parte do governo do Estado vêm sendo realizadas.
Na última sexta-feira (15), durante a coletiva de imprensa do governo para o balanço de um ano de gestão, foram abordadas temáticas que envolvem a realidade das famílias indígenas de Mato Grosso do Sul.
O governador Eduardo Riedel destacou a importância da derrubada do veto do Marco Temporal. “Sempre me posicionei a favor do Marco Temporal, a derrubada do veto é importante, deixar em aberto uma segurança dessa, no meu ponto de vista é margem para conflito e partir do momento que há essa definição, eu entendo que há uma clareza em relação à questão fundiária especialmente”, esclareceu Riedel ao ser questionado, sobre o posicionamento do Estado em relação ao Marco Temporal.
Para Riedel, algumas questões básicas são mais importantes que uma discussão longínqua. "Uma comunidade que não tem água, por exemplo, ela é mais importante que uma discussão que está longe de ampliação de território, uma comunidade que tem droga no seu seio, e que tem pessoas traficando lá dentro comprometendo a juventude indígena é mais importante que uma discussão longínqua da questão fundiária”.
Ele ainda destacou, “o Marco Temporal é discussão fundiária, atendimento às comunidades indígenas é uma ação que Estado e União devem estar atuando para melhorar a situação de vida das mais de 20 mil famílias que nós temos aqui no Estado”.
Ao lado de Riedel, o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, destacou a importância da segurança pública nas aldeias de Mato Grosso do Sul. “A maior parte das nossas aldeias estão na faixa de fronteira e muitas na linha de fronteira, o que torna essas populações extremamente vulneráveis para o tráfico de drogas, principalmente sendo mão de obra escrava para o tráfico, principalmente no Paraguai”.
O Estado é pioneiro na criação dos conselhos comunitários de seguranças indígenas. “Quando nos criamos pioneiramente em Mato Grosso do Sul os conselhos comunitários de seguranças indígenas, iniciamos pelas aldeias Jaguapiru e Bororó porque estão inseridas no contexto urbano da segunda maior cidade do País e também criamos em Caarapó na aldeia tey'ikue, nos buscamos aproximação da polícia comunitária capacitando os conselheiros que são preferencialmente agentes de saúde e professores, sendo pessoas que tem a acesso às moradias e aquelas crianças que principalmente são vítimas, já que nessas aldeias nos verificamos um número muito maior de crimes de violência doméstica e abuso sexual”, destaca Videira.
No Estado, ainda tem a patrulha rural leva nos assentamentos a segurança reforçada com a Polícia Rodoviária Estadual do Departamento de Operações de Fronteiras. “Queremos ter cada vez mais perto a polícia dentro da aldeia, mas também temos que ter outros autores, o papel fundamental do Ministério Público Federal e da Funai. Sendo que muitas das causas de violência dentro das aldeias são por omissões de outros setores importantes”.