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Executivo Segunda-feira, 21 de Outubro de 2024, 13:51 - A | A

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Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas

Mato Grosso do Sul tem 4,7 milhões de hectares de pastagens degradadas com potencial de recuperação

Plano de recuperação do Estado, alinhado ao Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas, visa fomentar práticas sustentáveis e ampliar a produção agropecuária sem desmatamento

Vivianne Nunes
Capital News

Mato Grosso do Sul possui 4,7 milhões de hectares de pastagens degradadas que podem ser recuperadas de maneira economicamente viável, abrangendo 38 mil propriedades rurais. Essas informações foram apresentadas durante uma reunião do comitê gestor do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD), que contou com a participação da equipe da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).

Criado pelo Governo Federal em dezembro de 2023, o PNCPD tem como objetivo principal promover a recuperação de pastagens degradadas e sua conversão em sistemas sustentáveis. O plano prevê a recuperação de até 40 milhões de hectares de pastagens no Brasil ao longo de dez anos, utilizando práticas que visam não só aumentar a produtividade agropecuária, mas também capturar carbono e conservar os recursos naturais.

Recuperação sustentável

De acordo com o secretário da Semadesc, Jaime Verruck, o programa federal é uma oportunidade importante para o desenvolvimento sustentável no estado. "Esse programa contribui para a conservação dos solos e da água, além de aumentar a produtividade da pecuária e evitar a expansão sobre áreas de vegetação nativa", afirmou Verruck.

Em Mato Grosso do Sul, há 12 milhões de hectares de pastagens degradadas, dos quais 4,7 milhões são viáveis para conversão em áreas agrícolas, pecuárias, agroflorestais ou silviculturais. Desde 1999, o Estado já recuperou 4 milhões de hectares de pastagens, que foram convertidas para a agricultura, lavouras de cana-de-açúcar e sistemas de floresta plantada.

Planejamento e viabilidade econômica

O estudo apresentado no comitê gestor avaliou as áreas de pastagens degradadas com base em critérios como solo, declividade e aptidão agrícola. Segundo Jaime Verruck, as áreas com maior viabilidade de recuperação serão o foco do planejamento do Estado. "Nossa meta é recuperar os 4,7 milhões de hectares que possuem maior viabilidade econômica e ambiental", explicou o secretário.

Entre as oportunidades de conversão estão 600 mil hectares para plantação de soja, 3,7 milhões de hectares para intensificação da pecuária de corte, 1,3 milhão de hectares para pecuária leiteira e 1,6 milhão de hectares para silvicultura. O levantamento também identificou 26 mil hectares aptos para sistemas agroflorestais (SAF).

Um destaque importante é o potencial de conversão para a agricultura familiar. "O estudo identificou a possibilidade de desenvolver sistemas agroflorestais em 217 mil hectares de assentamentos, o que reforça o Programa de Agricultura de Baixo Carbono na Agricultura Familiar", afirmou Verruck.

Desafios e financiamento

Semadesc/Divulgação

Mato Grosso do Sul tem 4,7 milhões de hectares de pastagens degradadas com potencial de recuperação

Secretário e superintendentes do Ministério da Agricultura em MS e Desenvolvimento Agrário durante a apresentação do programa nacional de recuperação

Apesar das oportunidades, o secretário destacou que ainda há desafios, principalmente em relação ao financiamento para a recuperação de pastagens. Verruck ressaltou a necessidade de ampliar as linhas de crédito e buscar soluções de financiamento de longo prazo com juros mais baixos, tanto no mercado interno quanto em parcerias internacionais.

"O processo de recuperação exige investimentos significativos, e as linhas de crédito atuais não são suficientes. Precisamos de uma estratégia nacional que traga recursos com taxas de juros competitivas para os produtores rurais", concluiu Verruck.

O PNCPD não apenas oferece uma alternativa econômica para o uso eficiente da terra, mas também contribui diretamente para a sustentabilidade, ajudando a mitigar os impactos ambientais da produção agropecuária e promovendo práticas que beneficiem tanto o meio ambiente quanto os produtores rurais.

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