A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), anunciou que recorrerá judicialmente contra o aumento salarial aprovado para ela, sua vice-prefeita e os secretários municipais. O reajuste, aprovado pela Câmara Municipal em fevereiro de 2023, tem previsão para entrar em vigor em 2025 e visa corrigir distorções salariais, além de evitar perdas a servidores cujo salário é atrelado ao subsídio da prefeita. No entanto, Adriane já havia demonstrado sua contrariedade ao aumento desde sua aprovação.
O reajuste foi determinado pela Lei Municipal nº 7.005, que visa ajustar os subsídios do prefeito, vice-prefeito e secretários municipais. A medida foi justificada como necessária para corrigir salários que estavam congelados há mais de dez anos, afetando 408 servidores municipais que dependem do teto estabelecido pelo salário da prefeita.
Apesar disso, Adriane Lopes se manifestou no último sábado (4), contra o aumento desde a aprovação. Ela entrou com uma ação judicial para que o reajuste beneficiasse exclusivamente os servidores, excluindo os cargos de alto escalão. A prefeita esclareceu, em nota oficial, que a aprovação e promulgação da lei foram de responsabilidade da Câmara Municipal, sem envolvimento do Executivo.
Caso não consiga reverter a medida judicialmente, Adriane afirmou que doará integralmente o valor do aumento para instituições sociais que atuam nas áreas de educação, saúde e assistência social. Ela ressaltou que essa atitude reflete seu compromisso ético e responsabilidade com a gestão pública. "Essa decisão reforça minha postura ética e compromisso com o bem coletivo", destacou a prefeita.
Embora o debate tenha se concentrado no aumento salarial dos altos cargos, o principal objetivo da medida, conforme defendido pelos vereadores, é corrigir distorções salariais entre os servidores municipais. São 408 servidores que, há mais de dez anos, aguardam a atualização de seus vencimentos, e a correção é vista como essencial para evitar a desvalorização das carreiras no serviço público.