Mato Grosso do Sul enfrenta um desafio significativo com seus 4,7 milhões de hectares de pastagens degradadas, que são passíveis de recuperação econômica, abrangendo 38 mil propriedades rurais. Essas informações foram destacadas em uma reunião do comitê gestor do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD), promovida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). O PNCPD, criado em dezembro do ano passado, visa coordenar políticas públicas para a recuperação de pastagens, fomentando práticas sustentáveis que contribuam para a captura de carbono e a recuperação de até 40 milhões de hectares de pastagens ao longo de dez anos.
O secretário Jaime Verruck enfatiza a importância do programa para o desenvolvimento sustentável do Brasil. Ele explica que o PNCPD não apenas promoverá a recuperação do meio ambiente, mas também melhorará a conservação dos solos e da água, além de aumentar a produtividade da pecuária. Com a conversão de áreas de pastagens de baixa produtividade em terras agricultáveis, o Brasil pode quase dobrar sua capacidade de produção de alimentos sem desmatar novas áreas. No estado, 12 milhões de hectares de pastagens degradadas são identificados, sendo 4,7 milhões com potencial para diferentes atividades, como agricultura, pecuária e sistemas agroflorestais.
A recuperação de pastagens degradadas no Mato Grosso do Sul tem sido uma prioridade desde 1999, resultando na conversão de 4 milhões de hectares em áreas agrícolas e florestais. O plano estadual estabelece a meta de recuperar 1,167 milhão de hectares entre 2020 e 2030, independentemente de ações federais ou iniciativas dos produtores rurais. O secretário ressaltou que o PNCPD se baseia em critérios técnicos para identificar as áreas com maior potencial de recuperação, focando nas pastagens degradadas de grau médio e baixo.
O programa também busca incentivar instituições financeiras a oferecer soluções de financiamento para a implementação e a sustentabilidade das ações do PNCPD. Verruck destaca a necessidade de desenvolver linhas de crédito de longo prazo, já que atualmente apenas linhas de custeio estão disponíveis para a recuperação de pastagens. Ele acredita que, com a proposta certa, o Brasil pode conquistar financiamento internacional a taxas mais baixas e prazos mais longos, o que é fundamental para a recuperação eficaz de áreas degradadas sem recorrer ao desmatamento.