O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) foi eleito presidente da Câmara dos Deputados neste sábado (1º), conquistando 444 votos no primeiro turno. Ele superou os deputados Marcel Van Hattem (Novo-RS), que obteve 31 votos, e Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ), que recebeu 22 votos. Outros dois votos foram registrados em branco.
Motta recebeu apoio de um bloco formado por 17 partidos, que juntos somam 494 deputados. Entre as legendas estão PL, PT, PCdoB, PV, União, PP, Republicanos, PSD, MDB, PDT, PSDB, Cidadania, PSB, Podemos, Avante, Solidariedade e PRD. Como obteve maioria absoluta dos votos, não houve necessidade de segundo turno.
Defesa da democracia
Em seu primeiro discurso como presidente da Câmara, Hugo Motta destacou seu compromisso com a democracia e reafirmou sua postura contrária a regimes autoritários. “Tenho nojo da ditadura”, declarou, repetindo o gesto histórico de Ulysses Guimarães ao erguer a Constituição sob aplausos no Plenário.
O parlamentar enfatizou a necessidade de harmonia entre os Poderes e afirmou que a política deve estar a serviço da população. “O povo brasileiro não quer discórdia, quer emprego; não quer luta pelo poder, mas que os Poderes lutem por ele”, disse. Ele ainda reforçou que a democracia deve ser protegida. “Seus inimigos encontrarão no Legislativo uma barreira, como sempre encontraram na história.”
Transparência e estabilidade econômica
Hugo Motta também defendeu mais transparência nos gastos públicos e propôs a criação de uma plataforma digital integrada entre os três Poderes para permitir o acompanhamento em tempo real das despesas governamentais. “Transparência total a todos”, afirmou.
O novo presidente ressaltou ainda a importância da estabilidade econômica e da responsabilidade fiscal. “Não há democracia com caos social, e não há estabilidade social com caos econômico”, declarou. Para ele, o equilíbrio das contas públicas é fundamental para evitar a inflação e garantir o crescimento sustentável do país.
Compromisso com o diálogo
Antes da votação, em seu discurso como candidato, Motta destacou a necessidade de humildade na gestão da Casa. “Quero ser um elo na corrente, um elo forte, mas com a consciência de ser apenas um elo que não podemos deixar romper. Todas as vezes que romperam esta corrente, partiram a democracia”, afirmou.
Ele também enfatizou que a presidência da Câmara deve ser exercida com responsabilidade e espírito coletivo. “Aquela cadeira não faz nenhum de nós diferentes, é transitória, efêmera”, concluiu.