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Política Quinta-feira, 21 de Novembro de 2024, 16:18 - A | A

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URGENTE

Polícia Federal indicia Bolsonaro e auxiliares por tentativa de golpe de Estado

PF apresentou o relatório com os indiciamentos ao STF; relator, Moraes deve enviar documentos à PGR, que decide se denuncia citados

Viviane Freitas
Capital News

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu ex-ministro da Defesa, general Braga Netto, e seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, por tentativa de golpe de Estado. O indiciamento significa que a PF encontrou evidências suficientes para considerar que os três participaram de uma trama golpista que tentou destituir o presidente eleito em 2022, Luiz Inácio Lula da Silva. O relatório com os indiciamentos foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que agora enviará o material à Procuradoria-Geral da República (PGR).

Se a PGR considerar que há elementos suficientes para demonstrar a participação dos envolvidos, a denúncia será oferecida à Justiça. A denúncia precisa ser acolhida pelo STF para que Bolsonaro, Braga Netto e Cid se tornem réus no caso. Ao todo, a Polícia Federal indiciou 37 pessoas no inquérito. A investigação, que começou no ano passado, envolve ações golpistas que ocorreram entre 2022 e 2023, após a eleição de Lula e sua posse.

A investigação remonta aos discursos de autoridades do governo Bolsonaro que atacaram as urnas eletrônicas e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além de encontrar "minutas do golpe" em diversos locais, como na casa do ex-ministro Anderson Torres, no celular de Mauro Cid e na sede do PL em Brasília. O plano, revelado pela operação Contragolpe, envolvia até o assassinato de autoridades. Os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, relacionados à tentativa de derrubar Lula, são investigados em um inquérito separado.

Diversas autoridades e políticos se manifestaram sobre o indiciamento. A governadora Fátima Bezerra (PT) considerou a situação "gravíssima", afirmando que Bolsonaro tinha pleno conhecimento do plano para assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. O ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) também se manifestou, chamando a situação de "urgentíssima" e pedindo punição exemplar aos envolvidos.

A ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) e o advogado-geral da União, Jorge Messias, destacaram a gravidade do caso, ressaltando que o indiciamento oferece uma resposta à ameaça à democracia no Brasil. O deputado federal José Guimarães (PT-CE) também celebrou o encerramento da investigação, afirmando que o Brasil demonstrou ao mundo a força de suas instituições republicanas.

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