A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta quarta-feira (2) que os preços dos alimentos, principal fator de pressão inflacionária nos últimos meses, devem começar a cair nos próximos 60 dias. Segundo ela, essa queda pode abrir espaço para a redução da taxa de juros no segundo semestre, sem comprometer a autonomia do Banco Central (BC). A declaração ocorreu durante um evento que celebrou os 60 anos da instituição.
Tebet destacou a necessidade de um combate mais eficiente à inflação e mencionou que, apesar da possibilidade de redução nos preços dos alimentos, o cenário global traz desafios. O aumento de tarifas comerciais pelos Estados Unidos, por exemplo, pode dificultar o controle da inflação no Brasil. Ainda assim, ela afirmou que a diversificação dos parceiros comerciais do país e da pauta de exportações da agroindústria podem mitigar os impactos dessas medidas na economia nacional.
Durante o evento, a ministra também defendeu a revisão de incentivos fiscais para assegurar o equilíbrio das contas públicas. Ela ressaltou que o país abre mão de cerca de R$ 600 bilhões em renúncias fiscais, algumas das quais beneficiam amplamente a economia, enquanto outras precisam ser reavaliadas. Além disso, o Banco Central alertou em seu Relatório de Inflação que os preços dos alimentos ainda devem permanecer elevados no curto prazo, impactando a inflação acumulada em 12 meses, que segue acima da meta estabelecida.
A cerimônia contou com a presença de diversas autoridades, incluindo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que elogiou a estabilidade na transição de comando no BC e reforçou a importância da valorização institucional para evitar polarizações prejudiciais ao país. O evento também marcou o lançamento de um selo comemorativo e de um programa de entrevistas com ex-presidentes do Banco Central, que será transmitido no YouTube.
