O vereador Mário César, que foi expulso no sábado do PPS por suposta infidelidade partidária, recebeu convite para entrar no PMDB. O convite foi feito pelo presidente da Câmara de Campo Grande, vereador Paulo Siuffi (PMDB), que será oficializada amanhã durante sessão na Casa de Leis municipal.
Quando Mário César estava sendo questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de se filiar ao PMDB foi interrompido pelo governador André Puccinelli. Ele disse que gostaria que o vereador fosse da sua sigla. “Esse eu quero para o meu partido. É obvio que eu quero”, brinca André.
Mário César afirmou que o partido adotou um critério equivocado de fidelidade partidária. “Foi uma leitura equivocada, com dois pesos e duas medidas”, afirmou.
Segundo ele, o presidente do diretório estadual, vereador Athayde Nery, deu apoio aos então candidatos Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Geraldo Resende (PMDB) nas eleições de 2010 e não foi punido. “Eu tenho provas concretas disso”, afirmou.
O vereador disse que lamenta o fato, mas diz que se ele não é bem vindo no PPS procurará um agremiação que o trate com respeito. “Não cometi nenhum ato de infidelidade. Estou no partido há oito anos. Se eles não me querem lá fico triste por isso”, avalia.

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Foto: Deurico/Capital News
Navalha
No sábado (16), a direção estadual do PPS passou a navalha em 22 filiados considerados infiéis entre eles está 20 vereadores e um prefeito e um vice.
O prefeito e o vice expulsos foram Willian Douglas de Souza Brito (Rio Verde) e Mauro Fascincani (Angélica), respectivamente.
De acordo com a assessoria de comunicação do presidente regional do partido, vereador Athayde Nery, a decisão foi tomada com base nos pareceres da Comissão de Ética, em cumprimento às Resoluções Orgânicas Nacionais da Legenda.
Foram expulsos os vereadores Luciano Bragança e Luiz Antonio Milhorança, de Angélica; Wezer Lucarelli, de Aquidauana; Randerson Lima, de Bataguassu; Joaquim Matos de Moraes, de Brasilândia; e Mario Cesar Fonseca, de Campo Grande.
A lista de vereadores expulsos tem ainda José Anacleto de Silva, Agnaldo Santos e Claudio Beraldi, de Eldorado; Fausto José de Souza, de Gloria de Dourados; Gerson Carneiro Escobar e Pedro Henrique Teixeira, de Itaporã; Helio Tadeu Ruiz e Sergio Henrique Braga, de Jardim; Rose Monica Duck Ramos e Francisco Alves Araújo, de Jateí; Antonio Marcos Teodoro e Willian Fontoura, de Pedro Gomes; José de Freitas Neto, de Rio Brilhante; e Flávio Roberto Alves Britto, de Rio Verde.
Ainda conforme a direção do partido, a maioria das expulsões aconteceu por infidelidade partidária, pelo filiado ter se envolvido publicamente com candidatos de outros partidos.
Além das expulsões, o partido fez ainda três advertências públicas e arquivou dois processos. Outros dois representados na Comissão de Ética pediram desfiliação.
O PPS destituiu ainda os diretórios de Angélica, Aral Moreira, Eldorado, Glória de Dourados, Itaporã, Jaraguari, Jardim, Jateí, Pedro Gomes, Rio Verde de Mato Grosso e Santa Rita do Pardo e reestruturou os de Campo Grande, Bataguassu, Dourados e Maracaju.
Recorrer
O vereador Mario Cesar disse em nota que irá recorrer da expulsão no Diretório Nacional da sigla, pois acredita ter sido vítima de uma manobra do presidente regional da sigla Atayde Nery.
Veja a íntegra do comunicado:
"Junto com todos os outros acusados eu fui vítima de um golpe dado pelo Athayde Nery. O critério utilizado por ele para definir infidelidade partidária tem dois pesos e duas medidas. Tenho provas de que ele ajudou os então candidatos a deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Geraldo Resende (PMDB) nas eleições de 2010. Eu não fui infiel, estou é sendo perseguido dentro do partido, assim como o antigo diretório municipal da Capital, que já foi destituído. Não entrei no PPS como sigla de aluguel, entrei por ideologia, que parece estar faltando a alguns membros do Diretório Estadual aqui no Mato Grosso do Sul".
"Nas últimas semanas, um membro do PPS, filiado desde o antigo PCB, protocolou uma ação contra o Athayde dentro do partido, mas o pedido foi apreciado sem a mesma vontade adotada pelo Diretório Estadual nos outros processos de expulsão, o que foi injusto. Agora vamos remeter essa situação para a instância nacional do PPS, para terem consciência do golpe que está acontecendo por aqui".
Por Eduardo Penedo e Jackeline Oliveira - Capital News (www.capitalnews.com.br)
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