A sucessão de fatores relacionados ao aumento dos valores cobrados nas contas de luz ganhou um novo capítulo na manhã desta sexta-feira (25). Em reunião aberta ao público com representantes da Energisa, Procon, Ministério Público e Defensoria Pública, entre outros, os vereadores da Capital decidiram instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para averiguar a questão, assim que retornarem à atividade legislativa.
O anúncio foi feito pela vereadora Dharleng Campos (PP), que salientou não ser razoável a justificativa dada pela empresa até o momento, que argumenta uma elevação no consumo de energia no último mês, por conta das altas temperaturas. A vereadora completa dizendo que falta transparência por parte da concessionária.
“Precisamos saber como está feita essa medição de energia. Não temos como constatar se houve mesmo um aumento de consumo ou não. O cliente não consegue ler o que está escrito na sua conta, ele tem que fazer um curso para entender o que está sendo cobrado. Por isso, pedimos que as contas sejam revistas e suspensas, até que a população receba a devida resposta”, disse.
O vereador Valdir Gomes (PP) seguiu o mesmo raciocínio, e argumentou que a proposta de parcelamento não atende às demandas da população. “Eu não vou pagar por algo que eu não devo, nem ninguém deve fazer isso. Queremos que as contas sejam suspensas até que se encontre uma solução. A Energisa quer se mostrar como soberana, e a população perde o direito de reclamar”.
No evento, o coordenador técnico da Energisa, Jonas Rudis, na condição de representante da empresa, voltou a dizer que não houve aumento nas tarifas cobradas pela concessionária, e que a diferença nos valores se dá pela diferença no consumo, e pela própria composição tarifária da conta, em que incide impostos como o ICMS e o Cofins.
Ele salientou ainda que a empresa está aberta a prestar quaisquer esclarecimentos, e orientou os clientes que se sentirem lesados procurarem a empresa. No entanto, até o momento, segundo ele, não foram constatadas irregularidades de medição e na leitura das instalações, o que não justificaria a suspensão das contas.