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Reportagem Especial Sábado, 09 de Julho de 2022, 13:47 - A | A

Sábado, 09 de Julho de 2022, 13h:47 - A | A

EMPREENDER

De bailarina a publicitária, a sonhadora Senhorita navega como ninguém no mar das redes sociais

Para empreender, aposta no digital é alta e Marketing Digital pode ser aprendido

Vivianne Nunes
Especial para o Capital News

Acervo pessoal

De bailarina a publicitária, a sonhadora Senhorita navega como ninguém no mar das redes sociais

Giovanna viu nas redes sociais uma ferramenta importante para os empreendedores e comunicadores

O sonho da menina de origem italiana, era estudar moda. Chegou a ser bailarina, mas acabou na publicidade e hoje navega como ninguém no mar das redes sociais. Para os “seguidores” ela é a Senhorita Simiolli, para os familiares e amigos de trabalho, é a Gi, mas de batismo é Giovanna Nantes Simiolli, 42 anos, publicitária, especialista em mídias sociais, pioneira na utilização para fins de marketing e uma das primeiras a ensinar os mecanismos para uma abordagem positiva por meio de empresas e agências.

A história dessa Senhorita é longa e uma conversa de pouco mais de uma hora não foi suficiente para registrar cada momento histórico dessa trajetória. No entanto, o Capital News vem na tentativa de ambientar nosso leitor nessa reportagem sobre mais um Case de Sucesso empreendedor.

"Na minha cabeça eu achava que a publicidade tinha a ver com moda, mas não tem nada a ver"


“Eu escolhi a Publicidade em 98 porque naquela época não tinha universidade de moda em Campo Grande e eu teria que morar fora para estudar. Isso tudo, claro, tinha um custo e a minha família não tinha essa condição. Na minha cabeça eu achava que a publicidade tinha a ver com moda, mas não tem nada a ver. No entanto, tive muitos contatos com a moda na publicidade porque são movimentos que se agrupam. O marketing precisa da moda e a moda precisa do marketing”, disparou já no início da conversa.

A Gi, dona de um sorriso imenso e de olhos que se fecham ao sorrir, e seu jeitinho especial de falar sobre essa trajetória que lhe enche de orgulho, falou muito sobre os sonhos dessa menina senhorita e de uma carreira com altos e baixos até se estabelecer como empreendedora.

"Eu lembro que me ofereci para trabalhar de graça, mas eles acabaram me arrumando uma ajuda de custo."


Com o peito cheio de coragem, ainda na faculdade, Giovanna teve seu primeiro contato com a comunicação em uma gráfica onde, além de estudar os papéis, emitir notas fiscais, fazer algumas “artezinhas bem sutis”, também “lavava o banheiro”. Ela conta sem pudor os caminhos percorridos, desde o trabalho na gráfica, sua passagem por uma agência de comunicação, a chegada em  uma agência recém criada, onde os donos atendiam na casa onde moravam, até os dias de hoje. “Fui com o portfólio da faculdade na mão e eles nem tinham como me pagar naquela época. Eu lembro que me ofereci para trabalhar de graça, mas eles acabaram me arrumando uma ajuda de custo. Os meninos dormiam até tarde e era eu quem abria a agência”, lembrou entre risos. Mas claro, esse foi só o começo da caminhada.

Essa parte da história que ela conta, remonta aos idos de 99 ou 2000. Foi quando ela entrou no universo do designer. Acontece que naquela época a conversa era muito diferente da de hoje. A agência tinha apenas dois clientes e um deles estava relacionado a festas e eventos. “Era uma explosão absurda de criatividade”, lembrou.  E as artes eram de convites, flyers, o digital não existia naquela época.

No entanto, durante seis anos, Giovanna viu aquela agência se transformar, crescer e ela sentiu então, a necessidade de voar mais alto quando se deparou com o Facebook.

Facebook: “Vi tudo acontecer”
“Eu acho que a minha história profissional hoje está muito ligada às redes sociais porque eu vi tudo acontecer, eu vi tudo nascer”, explicou a publicitária. O ano era 2006 e para fazer parte dessa rede, as pessoas precisavam de convites de outros usuários.

"Eu vi tudo acontecer, eu vi tudo nascer"


“Fui uma das primeiras a entrar, antes disso tinha o Orkut muito forte e as pessoas tinham - e ainda têm - esse medo de transitar de uma rede social para outra”, lembrou. Apaixonada por inovação e tendo o pioneirismo como uma grande marca, Giovanna diz que gostou de cara da nova ferramenta. “Comecei a mexer, postar, adicionar pessoas e vi que as coisas funcionavam muito”. A princípio, ela usava a rede social como uma espécie de diário digital, falando sobre sua rotina na agência, sobre as criações e tal. “Não tinha nada de marketing, era um blog, um diário”, explicou.

Na época, ela chegou a fazer um curso de Facebook. “Mas era muito novo, ninguém comprava a ideia, ninguém entendia o que era aquilo. Era muito difícil vender a ferramenta para os clientes, mas eu queria muito entender como funcionava”, explicou.

Ainda distante da possibilidade de conhecer o Instagram, que não existia naquela época, ela começou então a movimentar as redes sociais da agência onde trabalhava. Fabebook, twitter e o próprio site.

"Era mais ou menos assim: quer aparecer, vai ter que pagar"


Foi com o surgimento das fan pages e com o sucesso na eleição de Barak Obama, eleito com folga em 2009, valendo-se da força tarefa criada por celebridades, usando o Facebook, que nascia então a chamada Mídia Social. Talvez tenha sido também, nesse momento, que o próprio Mark Zuckerberg entendeu que poderia monetizar a ferramenta e deu início ao processo de anúncios incorporados. “O alcance das pessoas começou a diminuir. Antes o que você postava era visto, desde que implementou essa política passou a baixar muito. Era mais ou menos assim: quer aparecer, vai ter que pagar”.


Com o passar dos anos, os experimentos, a passagem por outros lugares, outras agências, que Giovanna foi formatando seu próprio perfil. Quando o Instagram nasceu, existia apenas para usuários de Iphones. Naquela época, era muito difícil encontrar alguém que tivesse o aparelho. Ela então pediu a um amigo que tinha um ipad, para criar uma conta. Nasceu então a Senhorita Simiolli.

Sobre o formato das postagens, a publicitária diz que naquela época, eles começaram a adaptar as artes de revistas, outdoors, todos para os posts. “A gente não sabia muito bem como fazer e até hoje ainda não sabemos direito”, argumentou.

"Os atendimentos não sabiam vender, os clientes não sabiam o que era e eu, sozinha, atendia 38 clientes"


Em 2010, o boom foi a inauguração do departamento de marketing digital na empresa onde ela trabalhava. “Era tudo muito novo, os atendimentos não sabiam vender, os clientes não sabiam o que era e eu, sozinha, atendia 38 clientes”, contou.  

“O Instagram eu percebi no primeiro outono que era uma rede social muito diferente, com fotos, era algo mais visual e foi crescendo muito forte”, afirmou. Em 2015, o dono do facebook comprou o instagram e revolucionou tudo.

Depois de muito caminhar, de se especializar, passar por universidades, sentir a dificuldade dos clientes e entender as estratégias para trabalhar com isso, ela resolveu então que ensinar seria o caminho.

Acervo pessoal

De bailarina a publicitária, a sonhadora Senhorita navega como ninguém no mar das redes sociais

Procura por cursos voltados ao Instagram é crescente em Campo Grande


Abandonou o atendimento em agências e de arte finalizar, social media, passou a mentora, atendendo separadamente. A ideia deu tão certo, que chegou um momento em que ela não conseguia mais dar conta do recado e passou a criar os grupos de mentorados. Nascia os cursos de instagram e facebook, da Senhorita Simiolli. A sala da casa dos pais dela foi transformada em uma verdadeira sala de aula, reunindo grupos de dez a vinte pessoas, entre empresários, jornalistas, publicitários e pessoas de todos os nichos.

Em um dos cursos que fez, conheceu Fernando Manzione, um publicitário que já tinha um projeto guardado no Canadá para dar aulas de social media. Em parceria com ele, Giovanna abriu a escola Hack The Web. Acontece que, por situações adversas, ele precisou deixar a parceria e a escola caiu como um presente no colo de Giovanna.

Acervo pessoal

De bailarina a publicitária, a sonhadora Senhorita navega como ninguém no mar das redes sociais

Atenção voltada aos estudantes e empatia com as causas é grande marca dessa publicitária


Mas foi na pandemia que ela realmente se encontrou. “O lance do digital veio muito forte, mas tive que fechar a escola por um tempo”. Depois disso, atendendo separadamente os profissionais que a procuravam, foi um dos momentos mais prósperos da carreira.

 

Em janeiro deste ano, Giovanna, com uma nova sociedade, reabriu a Hack The Web em um espaço físico e desde então não parou mais. Os cursos são todos voltados para o ambiente do marketing digital e as ferramentas utilizadas, Facebook, Instagram e outras maneiras de movimentar a divulgação dos negócios.

"Cabe a nós canalizar toda essa energia para entender onde devemos entrar de verdade"


Falando sobre o poder da internet, Giovana lembra que muitas vezes faltam limites para os usuários. “A gente encontra de tudo, desde coisas negativas como é o caso da pedofilia, haters, o ódio esparramado, as discussões, quanto positivas, como bons escritores, informação, bons exemplos, conexões e networking. Cabe a nós canalizar toda essa energia para entender onde devemos entrar de verdade”. A publicitária, sempre disposta a ajudar e repassar o conhecimento, diz ter se encontrado nessa área, mas ainda pretende realizar alguns sonhos guardados, como conhecer a Europa e suas raízes e finalmente estudar e atuar na produção de moda.

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Samantha 10/07/2022

Top!!! Gi, você é uma inspiração para mim, que desde que me tornei empresária, achava a coisa mais difícil do mundo atuar no marketing digital, eu achava que nunca conseguiria aprender, mas você me ensinou os primeiros passos. Hoje preciso estudar muito pra levar meu negócio pra frente e ainda acho difícil, não impossível!

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Celeste Arr 10/07/2022

Gi, você merece todo sucesso. Sua trajetória é linda e cheia de inovação e criatividade. Sou fã de carteirinha e estou sempre na torcida por você. Te vejo grande e potente porque sei que você tem toda competência pra romper barreiras e inovar muito mais. Um abraço apertado. Celeste Arrais

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