"Nunca imaginei que pudesse me decepcionar tanto"
Nós vamos chamá-lo de Roberto, o homem de 39 anos que não quer se expor para preservar a identidade dele e da família, é portador do vírus da Aids há 9 anos. Ele é Servidor Público e conta que contraiu o HIV da ex esposa. “Eu sabia que ela me traia, mas eu a amava muito. Nunca imaginei que pudesse me decepcionar tanto”, detalha.
"Ah foi um baque para mim, de 80 quilos passei para 60 em um mês"
Roberto fala que era doador de sangue e que, pelo menos duas vezes ao ano, realizava o procedimento, foi num dia de doação que descobriu a doença. “Ah foi um baque para mim, de 80 quilos passei para 60 em um mês”.
HIV é a sigla em inglês para vírus da imunodeficiência humana, causador da Aids, que ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Na medida que o vírus se multiplica vai incapacitando o sistema imunológico da pessoa, permitindo que ela desenvolva outras doenças. Quando isso ocorre é que a pessoa desenvolve a aids.
Marcio James/Prefeitura de Manaus
Dezembro Vermelho tem o objetivo de chamar a atenção para a prevenção, assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV
Neste mês é celebrado o Dezembro Vermelho, campanha instituída pela Lei nº 13.504/2017, marca uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis). A proposta é chamar a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV.
De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde em 2020, existiam 11.767 pessoas vivendo com HIV em Mato Grosso do Sul. Foram 591 casos novos de HIV e 267 casos novos de AIDS, em relação a 2019.
Em Campo Grande pelo menos 5.852 pessoas convivem com HIV e Aids, deste total, 280 tiveram diagnóstico de em 2020 e 108 com Aids. No ano seguinte, foram 309 diagnósticos de HIV e 159 de Aids. Já neste ano, até o dia 23 de novembro, 198 pessoas receberam o diagnóstico de HIV e 110 de Aids.
No entanto, a Secretaria de Saúde do município divulgou um dado alarmante: em 2021, 663 pessoas deixaram de fazer tratamento, neste ano já são 722 até o momento, ou seja, quase 60 a mais. É importante destacar que o número não representa pessoas que tiveram o diagnóstico em 2022.
Ainda de acordo com a Sesau, em Campo Grande qualquer unidade básica pode realizar atendimento da pessoa que está vivendo com HIV/Aids. No entanto, é necessário apresentar alguns critérios:
• Diagnóstico novo de HIV;
• Contagem de linfócitos T CD4 + ACIMA de 350 cel/mm³;
• Ausência de comorbidades associadas à imunodeficiência.
As pessoas com a Aids Avançada, devem ser acompanhados nos Serviços de Especialidade, entre eles estão:
• CEDIP-Nova Bahia;
• HUMAP-Hospital Dia Esterina Corsini e Centro de Testagem e Aconselhamento.
"Não temos que deixar a doença tomar conta da gente, nós é que temos que dominá-la"
O Roberto faz o tratamento da doença corretamente e hoje convive super bem com o diagnóstico, se casou de novo e junto com a esposa fazem atividades que qualquer pessoa saudável pode fazer. “Eu viajo, corro, nado, pedalo, a minha vida é normal, nem me lembro que sou portador do vírus. Não temos que deixar a doença tomar conta da gente, nós é que temos que dominá-la”, finalizou.