Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 trouxeram uma atmosfera de celebração e emoção, e o Mato Grosso do Sul teve seu brilho especial na delegação brasileira. Com atletas, técnicos, árbitros e dirigentes, o estado foi bem representado em diferentes modalidades, reafirmando sua força e paixão pelo esporte. Aqui estão os destaques sul-mato-grossenses que marcaram presença no evento.
Rafael Silva – Judô
Rafael Silva, o “Baby”, encerrou sua brilhante carreira olímpica em Paris com 37 anos e uma história repleta de conquistas. O judoca nascido em Campo Grande já era dono de duas medalhas de bronze olímpicas e, na capital francesa, buscou enfrentar seu rival histórico, o francês Teddy Riner. Apesar do resultado, Rafael deixou um legado de perseverança e dedicação, simbolizando o espírito do esporte brasileiro.
Rafael Girotto – Canoagem
Natural de Aquidauana, Rafael Girotto trocou as águas turbulentas das competições pela gestão esportiva, atuando como presidente da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa). Em Paris, foi responsável por coordenar toda a participação brasileira na canoagem, garantindo que os atletas tivessem o suporte técnico e logístico necessário para desempenhar o melhor de suas capacidades. Com uma trajetória que inclui oito títulos brasileiros na canoagem descida, Girotto mostrou que sua paixão pelo esporte continua guiando novos talentos.
Rodrigo Miranda – Canoagem
Outro nome sul-mato-grossense de peso na canoagem foi Rodrigo Miranda, diretor geral da CBCa. Estreando nos Jogos Olímpicos, o campo-grandense dedicou-se ao suporte técnico e administrativo dos atletas. Atuando na Casa Brasil, local que centralizou a equipe brasileira, Miranda foi uma peça-chave para o desempenho da delegação na canoagem e contribuiu para fortalecer o time em Paris.
Daiane Muniz – Arbitragem no Futebol
De Três Lagoas para o mundo, Daiane Caroline Muniz dos Santos fez história como árbitra assistente de vídeo (VAR) nos Jogos Olímpicos. Daiane participou da arbitragem do confronto entre Mali e Israel no torneio de futebol, destacando-se pelo profissionalismo e competência. Professora de educação física e árbitra desde os tempos de Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, ela agora é reconhecida internacionalmente, elevando o nome do estado no cenário esportivo global.
Inspiração
A participação dos representantes do Mato Grosso do Sul nos Jogos Olímpicos de Paris foi motivo de orgulho para o estado e para o Brasil. Mais do que resultados, eles levaram dedicação, amor pelo esporte e um exemplo inspirador de superação para novas gerações. Enquanto o mundo se despede de Paris 2024, a certeza que fica é que o talento sul-mato-grossense continuará brilhando nos palcos mais importantes do esporte mundial.
Sub-23: Seleção brasileira masculina fica fora dos Jogos Olímpicos de Paris
Derrota para a Argentina no Pré-Olímpico marcou o fim de uma era
O sonho olímpico da Seleção Brasileira de futebol masculino foi interrompido de forma dolorosa em 2024. Após um ciclo marcado por expectativas e a busca pelo tricampeonato, o Brasil ficou fora dos Jogos Olímpicos de Paris. A derrota por 1 a 0 para a Argentina, no último jogo do quadrangular final do Torneio Pré-Olímpico, em Caracas, decretou o fim do caminho para o time comandado por Ramon Menezes.
O jogo decisivo
No confronto decisivo contra a Argentina, a Seleção precisava de um simples empate para garantir a vaga. Durante o primeiro tempo, o equilíbrio predominou, com ambas as equipes criando poucas chances claras. A atuação defensiva brasileira foi eficiente, mantendo o adversário longe do gol de Michael.
O segundo tempo trouxe mudanças táticas, com substituições que visavam aumentar o poder ofensivo do Brasil. Gabriel Pec e John Kennedy entraram bem e criaram boas oportunidades, mas faltou precisão na finalização. A partir dos 27 minutos, as alterações continuaram, mas a Argentina encontrou o momento decisivo aos 32 minutos, quando Gondou aproveitou o cruzamento de Barco para marcar o gol da vitória.
Com o placar desfavorável, o Brasil tentou de tudo para buscar o empate, mas a defesa argentina segurou a pressão. Ao apito final, a eliminação estava consumada, deixando a equipe brasileira na terceira posição, com três pontos, atrás de Paraguai e Argentina.
Jejum de duas décadas interrompido
Esta foi a primeira vez em 20 anos que a Seleção Brasileira masculina de futebol ficou fora de uma edição dos Jogos Olímpicos. Bicampeão nas edições de 2016 (Rio) e 2020 (Tóquio), o Brasil vinha de uma sequência de participações marcantes, consolidando-se como uma das maiores potências da modalidade no torneio.
A eliminação trouxe não apenas frustração, mas também reflexões sobre o planejamento e a renovação do futebol de base brasileiro. O técnico Ramon Menezes, que assumiu o comando da Seleção Sub-23, buscou promover novos talentos, mas a falta de eficiência ofensiva e a dificuldade em momentos decisivos foram determinantes para o desfecho amargo.
A ausência nos Jogos Olímpicos de Paris deixa um espaço para repensar o trabalho na formação e na transição de jogadores para a equipe principal. A base brasileira ainda possui uma rica safra de talentos, mas a pressão por resultados a curto prazo pode comprometer o desenvolvimento de promessas.
Apesar do revés, o futebol brasileiro continua sendo uma potência, e a eliminação no Pré-Olímpico serve como alerta para ajustes e aprimoramentos. O desafio agora é transformar a frustração em motivação para os próximos ciclos, com foco nas competições Sub-20 e Sub-23 que antecedem o próximo Pré-Olímpico.
A eliminação da Seleção Masculina Sub-23 marca um dos capítulos mais amargos do futebol brasileiro em 2024. No entanto, o Brasil tem tradição e força para superar momentos difíceis e buscar novos caminhos para brilhar novamente nos palcos internacionais.
Brasil fecha Jogos Olímpicos de Paris com 20 medalhas e brilho feminino
Olimpíada marca esforço e resiliência, mas fica aquém dos resultados históricos de Tóquio e Rio
Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 chegaram ao fim com o Brasil conquistando um total de 20 medalhas: três ouros, sete pratas e dez bronzes. Apesar do desempenho sólido, o país ficou abaixo das expectativas em termos de ouros e diversidade de modalidades medalhistas, mas o protagonismo feminino garantiu momentos inesquecíveis.
O resumo da campanha
Paris manteve o Brasil na elite olímpica, com dois ciclos consecutivos conquistando 20 ou mais medalhas, mas a redução no número de ouros destacou a necessidade de evolução. O país encerra sua participação em Paris com três medalhas douradas, um desempenho equivalente ao de edições como Atlanta 1996, Pequim 2008 e Londres 2012. Em comparação, Tóquio 2020 e Rio 2016, com sete ouros cada, permanecem como o padrão a ser superado.
No total de modalidades medalhistas, Paris teve 11 esportes no pódio, ficando atrás de Tóquio (13) e Rio (12). Nenhuma nova modalidade estreou como medalhista para o Brasil, marcando uma edição de continuidade, mas sem grandes novidades.
Mulheres douradas: destaques do ouro brasileiro
O brilho brasileiro veio das mulheres, que garantiram as três medalhas de ouro do país
Alexandre Loureiro/COB
Bia Souza subiu ao pódio com vitórias sobre as melhores do mundo na categoria
Bia Souza (Judô): A judoca da categoria +78kg surpreendeu ao vencer favoritas, incluindo a anfitriã Romani Dickona e a israelense Raz Hershko, levando o Brasil ao topo do pódio em uma das modalidades mais tradicionais do país.
Rebeca Andrade (Ginástica Artística): A estrela brasileira desbancou a americana Simone Biles no solo, com uma apresentação perfeita que se tornou um dos momentos mais icônicos da Olimpíada. A reverência de Biles no pódio simbolizou o reconhecimento mundial do talento de Rebeca.
Ana Patrícia e Duda (Vôlei de Praia): A dupla confirmou o favoritismo e venceu a final contra as canadenses de virada, garantindo a última medalha de ouro para o Brasil em Paris. Elas também foram escolhidas para carregar a bandeira brasileira na cerimônia de encerramento.
Prata e bronze: consolidação e consistência
O Brasil garantiu sete pratas e dez bronzes, demonstrando consistência em modalidades como atletismo, boxe, natação e vela. Embora o número total de medalhas tenha sido expressivo, algumas expectativas não foram atendidas, especialmente no futebol masculino, que não conseguiu sequer se classificar para os Jogos.
Reflexões para o futuro
Paris 2024 reforçou a importância do investimento contínuo em esportes olímpicos, principalmente para ampliar o número de modalidades com chances de medalhas. Enquanto as mulheres brilharam, é preciso buscar equilíbrio e renovação em todas as áreas. O COB já sinalizou que continuará trabalhando para fortalecer o esporte brasileiro, mirando resultados ainda melhores em Los Angeles 2028.