O ano de 2024 foi intenso nos cenários policial e Judiciário de Mato Grosso do Sul. Resolução de grandes casos, condenações aguardadas, aumento da violência contra a mulher. Leia aqui o resumo dos principais acontecimentos desse ano.
Entra e sai no Presídio Federal de Campo Grande
Na segunda semana de janeiro, Fernandinho Beira-Mar foi transferido do presídio federal de Campo Grande para Mossoró (RN). A transferência do líder de facção criminosa faz parte de um rodízio de segurança da Polícia Federal com o objetivo de garantir a segurança e impedir que essas lideranças criminosas atuem de dentro das unidades prisionais. Além de Fernandinho, outros nove presos trocaram de presídios federais do Brasil em janeiro.
Já em março, foi a vez de receber os milicianos Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, e Marcelo de Luna Silva, o Boquinha, ambos transferidos do Rio de Janeiro devido à sua ligação com a principal milícia da zona oeste carioca. Também março, aportou em Campo Grande o deputado federal Chiquinho Brazão, outro transferido para a mesma penitenciária, após ser preso preventivamente sob suspeita de envolvimento no assassinato da vereadora do Rio de Janeiro (RJ), Marielle Franco, em um processo que envolveu ainda outros envolvidos de alta relevância criminal.
Fechando o vaivém do presídio Federal da capital, em novembro o local recebeu Rogério de Andrade, conhecido como o maior bicheiro do Rio de Janeiro. Acusado de ser o mandante do assassinato do contraventor Fernando Iggnácio em 2020, Andrade foi detido novamente após novas provas surgirem e a reabertura do caso. Ele permanecerá no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), em isolamento total, devido à sua liderança em um grupo criminoso envolvido em homicídios, corrupção e outros crimes. Assim, a Penitenciária Federal de Segurança Máxima em Campo Grande encerra 2024 com as ilustres presenças do deputado Chiquinho Brazão, o traficante Marcinho VP, Luiz Antônio da Silva Braga (o "Zinho") e Rogério de Andrade. Um time de meter medo.
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E o Jamilzinho?
Ano foi movimentado no caso que envolve o chefe de milícia sul-mato-grossense Jamil Name Filho, o Jamilzinho, que deve passar as festas de final de ano no presídio federal de Mossoró (RN).
Fevereiro de 2024 - Recurso negado
O TJMS rejeitou o recurso de Jamilzinho, que tentava evitar o julgamento por júri popular no caso da morte de Marcel Costa Hernandes Colombo, o "Playboy da Mansão". A defesa também entrou com apelação para anular a condenação de Jamilzinho pela morte de Matheus Coutinho, alegando falta de provas concretas e ilegalidade em depoimentos usados no julgamento.
Junho de 2024 - Confirmação da condenação
TJMS mantem a condenação de Jamilzinho a 15 anos e 4 meses de prisão por extorsão e coação contra o empresário José Carlos de Oliveira, com indenização de R$ 1,7 milhão. A corte reafirmou o modus operandi de Jamilzinho em forçar empresários a pagar dívidas sob ameaça, enquanto rejeitou acusações de lavagem de dinheiro.
Agosto de 2024 - Aumento da pena
A pena de Jamilzinho foi aumentada para 10 anos após a validação de provas encontradas em um pendrive, que haviam sido descartadas anteriormente. O dispositivo continha informações sobre assassinatos planejados por sua organização criminosa, reforçando as acusações contra ele.
Setembro de 2024 - Condenação de Jamilzinho no caso "Playboy da Mansão"
Jamilzinho foi condenado a 15 anos de prisão pelo assassinato de Marcel Costa Hernandes Colombo em 2018, junto com Marcelo Rios. Outros envolvidos também receberam penas, totalizando 41 anos de prisão para os acusados no caso.
Novembro de 2024 - Negada a transferência para Mato Grosso do Sul
A Justiça negou a transferência de Jamilzinho do presídio em Mossoró (RN) para Mato Grosso do Sul, devido à sua liderança em uma organização criminosa local. Além disso, o irmão de Jamilzinho, Jamilson Name, foi acusado de realizar transações financeiras e imobiliárias sem transparência após assumir os bens da família.
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Justiça sob suspeita
Quem também perdeu a credibilidade e a confiança do sul-matogrossense em 2024 foi o Judiciário Estadual. Com escândalos envolvendo venda de sentenças e outras ilegalidades, quem deveria preservar a Justiça, se tornou alvo dela e foi presença constante nos noticiários.
Nesse ano que finda, o Judiciário de Mato Grosso do Sul não tem motivos para comemorar, já que teve a imagem marcada por uma série de escândalos envolvendo corrupção e venda de sentenças. Em fevereiro, o desembargador Divoncir Schreiner Maran foi alvo da Operação Tiradentes, investigado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro após ter concedido liminar a um membro de facção criminosa, que fugiu após a decisão.
Em novembro, a Operação Última Ratio expôs um esquema de venda de sentenças, resultando no afastamento de cinco desembargadores, incluindo Sérgio Martins, ex-presidente do Tribunal de Justiça (TJMS). As investigações revelaram também relações suspeitas entre magistrados e juízes de Campo Grande, com destaque para decisões controversas, como a liberação do desmatamento no Parque dos Poderes para construção do novo prédio do TJMS, que gerou especulações de favorecimento em troca de promoções.
Além desses casos, o TJMS enfrentou mais escândalos envolvendo corrupção. O ex-desembargador Júlio Roberto Siqueira Cardoso teve R$ 2,7 milhões apreendidos, levantando suspeitas sobre a origem ilícita do dinheiro e seu envolvimento em um esquema de venda de decisões judiciais. Em dezembro, outros dois ex-presidentes do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) foram processados por superfaturamento de contratos e improbidade administrativa, com investigações vinculadas a fraudes e lavagem de dinheiro no setor público. A situação gerou um ambiente de desconfiança e questionamentos sobre a integridade do sistema judiciário no estado, com várias investigações ainda em andamento e desdobramentos que seguem a análise de crimes de corrupção e extorsão.
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A medida foi determinada pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), como parte das restrições impostas aos investigados.
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Cartão vermelho pra Cezário!
Depois de décadas à frente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, Francisco Cezário foi preso por suspeita de desvio de recursos e outras ilegalidades durante seu longo período no comando do futebol de MS. Acompanhe o caso em nossa retrospectiva.
Em maio, Francisco Cezário, presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) por oito mandatos, foi afastado após a deflagração da Operação Cartão Vermelho, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). A operação tinha como objetivo desmantelar um esquema de desvio de recursos públicos que envolvia a Federação. A investigação, que se arrastou por 20 meses, revelou que Cezário e outros membros da FFMS desviaram mais de R$ 6 milhões entre 2018 e 2023. O modus operandi do grupo incluía saques fracionados, realizados em quantias abaixo de R$ 5.000,00 para evitar a detecção pelos órgãos de controle, totalizando mais de 1.200 retiradas, que somaram mais de R$ 3 milhões. Além disso, o esquema envolvia a apropriação indevida de diárias de hotéis pagas pelo Estado de Mato Grosso do Sul para jogos do Campeonato Estadual de Futebol e o recebimento ilegal de comissões sobre valores pagos a fornecedores da FFMS.
Com o desmantelamento do esquema, a operação também revelou que o desvio de recursos não se limitava a pequenas fraudes, mas era parte de um esquema de grande escala envolvendo mais de uma dúzia de pessoas. No total, 11 cúmplices foram identificados e denunciados, incluindo colaboradores próximos a Cezário. Em decorrência dos crimes cometidos, o Ministério Público acusou Cezário de liderar uma organização criminosa e de ser responsável por peculato, furto qualificado, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Após ser preso, Cezário teve sua liberdade provisória concedida após 16 dias, com medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de manter contato com outros acusados ou se aproximar da sede da FFMS. Durante o período de detenção, Cezário passou mal e foi hospitalizado, mas segue monitorado judicialmente.
Quanto à Federação, a CBF interveio e nomeou Estevão Petrallás como presidente interino até se chegar a uma solução. Após mudanças na estrutura da entidade e eleições, Petrallás foi oficializado como novo presidente para a reestruturação da Federação de Futebol de MS.
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Por terra e dignidade
2024 foi mais um ano marcado pelos conflitos entre indígenas que pedem a demarcação de terras ancestrais e fazendeiros na região sul e sudoeste do estado. E mais uma vez, aqueles que pedem por seus direitos são acossados, agredidos e mortos pelo poder constituído. Além dos conflitos por terras, neste ano tivemos um agravo: a luta pelo direito a água potável. Cercados pelas cidades de Dourados e Itaporã, os indígenas das aldeias Jaguapiru e Bororó, na reserva indígena de Dourados, interditaram a via entre as duas cidades pedindo a atenção dos governos Estadual e Federal para resolver a falta de água no local, onde vivem quase 25 mil pessoas sem saneamento básico ou cursos d'água adequados.
Os conflitos fundiários no sul e sudoeste de Mato Grosso do Sul refletem décadas de disputas por terras entre indígenas e fazendeiros, agravadas pela demora na demarcação de territórios ancestrais. A Terra Indígena Ñande Ru Marangatu, demarcada em 2005, tornou-se símbolo dessa luta, com retomadas realizadas pelos Guarani Kaiowá em busca do reconhecimento de seus direitos. Um novo conflito na Fazenda Barra, em Antônio João, no início de setembro, evidenciou a tensão, culminando em confrontos violentos, incluindo a morte do jovem indígena Neri Guarani Kaiowá. A mobilização indígena também ocorreu em outras áreas, como Panambi – Lagoa Rica, onde ataques e disparos foram registrados. Essas ações reforçam a luta por territórios que os indígenas consideram essenciais para sua sobrevivência, enquanto fazendeiros reivindicam a propriedade legal das terras.
A resolução parcial dos conflitos veio com um acordo histórico mediado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ainda em setembro. O pacto determinou o pagamento de R$ 128,8 milhões em indenizações aos proprietários rurais, garantindo a desocupação de 9.317 hectares da Terra Indígena Ñande Ru Marangatu e permitindo a ocupação pacífica pelos Guarani Kaiowá. A medida também extinguiu ações judiciais e incluiu a realização de uma cerimônia em memória do indígena morto. Apesar desse avanço, a persistência de episódios violentos e a presença da Força Nacional na região desde julho demonstram a complexidade da questão fundiária e a necessidade de ações estruturantes para garantir justiça, segurança e respeito aos direitos dos povos indígenas.
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Até tu, Gusttavo Lima?
Em setembro o cantor e empresário, Gusttavo Lima foi manchete nacional de um jeito inesperado. Ele teve prisão decretada acusado de envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro ligado a jogos de azar.
A Operação Integration, conduzida pela 12ª Vara Criminal do Recife, iniciou investição um esquema de lavagem de dinheiro ligado à exploração de jogos de azar e resultou na prisão de várias pessoas, incluindo o cantor Gusttavo Lima e a influenciadora Deolane Bezerra. No dia 23 de setembro, a Justiça decretou a prisão preventiva do artista, identificado pelo nome de batismo Nivaldo Batista Lima, além de outros envolvidos, como Bóris Maciel Padilha. A decisão também incluiu a indisponibilidade de bens para garantir a reparação de danos e a emissão de difusão vermelha pela Interpol para capturar foragidos.
Em resposta às acusações, Gusttavo Lima negou envolvimento com lavagem de dinheiro ou organização criminosa em uma live realizada no dia 30 de setembro. O cantor declarou estar tranquilo e confiante na Justiça, afirmando que as acusações são infundadas e representam um ataque à sua reputação. Ele destacou sua trajetória de trabalho desde a infância e esclareceu sua relação com a empresa de apostas "Vai de Bet", afirmando que não é proprietário, mas apenas parceiro comercial, recebendo 25% dos lucros pelo uso de sua imagem. O artista ressaltou que confia plenamente na equipe responsável por sua gestão tributária e acredita que nenhuma irregularidade será encontrada.
Desde então, a investigação segue, mas sem novidades sobre o cantor.
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Alemão cai por receptação de mercadorias
Policia Civil
Os empresários Edson Barbosa de Araújo e Máximo Aranda estão presos por receptação de produtos furtados
Edson Barbosa de Araújo, dono da mais tradicional conveniência de Campo Grande, a Alemão Conveniência, foi preso por receptação de 24 toneladas de fécula de mandioca roubada, adquirida em um esquema de estelionato que causou prejuízo de R$ 73.920,00 à empresa Amidos Ponta Porã – BRC Starch. As mercadorias eram vendidas abaixo do preço de mercado em seu estabelecimento, onde a polícia apreendeu 371 sacos do produto.
A investigação revelou que Edson e outros envolvidos, incluindo Máximo Aranda, proprietário da Maxximo Chipas, sabiam da origem criminosa dos produtos. O esquema utilizava documentos falsos e desviava mercadorias para pontos comerciais na região central de Campo Grande. Edson foi preso em flagrante e permanece detido, enquanto a Polícia Civil segue apurando o caso, que já causou prejuízos milionários a empresas do Mato Grosso do Sul.
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Após quase 2 anos, casal é condenado no Caso Sophia
Dezembro chegou com o julgamento de Stephanie de Jesus da Silva e Christian Campoçano Leitheim, acusados pela morte brutal da menina Sophia Ocampo, de apenas 2 anos. Quase 2 anos após o crime, o caso chegou ao fim com a condenação de ambos. Após dois dias de intensas deliberações no Tribunal do Júri de Campo Grande, Stephanie, mãe de Sophia, foi sentenciada a 20 anos de prisão por homicídio qualificado por omissão, enquanto Christian recebeu 32 anos por homicídio qualificado e estupro de vulnerável. A decisão foi vista como um marco na luta contra a impunidade em crimes de violência infantil.
O caso, ocorrido em janeiro de 2023, chocou o país pela brutalidade e pela sequência de omissões. Sophia sofreu agressões contínuas, tortura e violência sexual, com sinais de negligência evidentes, mesmo após mais de 30 atendimentos em unidades de saúde. Provas contundentes, como laudos médicos e mensagens entre os réus, demonstraram a conivência de Stephanie e a crueldade de Christian.
A sentença, acompanhada de perto pela sociedade sul-mato-grossense, trouxe um sentimento de justiça, embora não repare a perda da vida da menina. O caso expôs falhas graves no sistema de proteção infantil e gerou um clamor por mudanças para prevenir tragédias similares no futuro.
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Assassinato de ex-superintendente de Cultura Roberto Figueiredo causa comoção em Camp Grande
A manhã do dia 13 de dezembro, uma sexta-feira, marcou a capital sul-mato-grossense com a divulgação do assassinato do professor universitário e ex-superintendente de Cultura de Campo Grande, Roberto Figueiredo, de 68 anos. Roberto foi morto em sua residência, em um crime que causou comoção no setor cultural da cidade. A motivação do crime foi latrocínio, com roubo do veículo, cartões de crédito, celular e outros pertences da vítima.
O Jeep Renegade roubado foi localizado pela Polícia Militar no mesmo dia, e a investigação levou à apreensão de um adolescente de 17 anos, que confessou o assassinato. Segundo o relato, ele utilizou os cartões da vítima para compras pela cidade. Um segundo suspeito, abordado no veículo, foi detido por receptação.
Roberto Figueiredo, conhecido por sua atuação na educação e cultura, foi encontrado sem vida por sua irmã. A brutalidade do crime e a perda de uma figura tão importante mobilizaram amigos, colegas e alunos, que lamentaram profundamente sua morte.
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