Agronegócio se recupera e anima setor

O setor agropecuário de Mato Grosso do Sul tem registrado um momento de recuperação nas últimas semanas, principalmente em relação ao aumento de produção e preços dos produtos. Depois de anos de mercado em retração, as cotações da soja e do milho se recuperaram. A arroba do boi gordo também opera em alta em quase todo país.
No caso da soja, a saca com 60 quilos está sendo comercializada na casa dos R$ 38, porém chegou a ser vendida a R$ 40 há duas semanas. Porém, o preço praticado vale para a soja plantada no ano passado e colhida no início do ano, o que significa que poucos produtores vão se beneficiar da alta.
Mesmo assim, diante da recuperação no mercado mundial, os produtores que estão plantando soja neste período podem fechar negócios na casa dos R$ 32 ou R$ 33 na colheita do ano que vem. "Estimamos uma rentabilidade na casa de 50% na saca de soja" disse o economista Leonardo Mussury. Conforme pesquisa da Embrapa de Dourados, este ano o produtor está gastando em média R$ 22 para produzir uma saca de soja.
O milho é outro destaque do momento, tanto que as exportações nunca foram tão intensas no Brasil. A saca está cotada na casa dos R$ 19 em Mato Grosso do Sul. O produto ganhou importância no mercado mundial depois que os norte americanos decidiram usar o grão para a produção de etanol.
"Sem dúvida, o produtor do Estado já começa a ver uma luz no fim do túnel. Os preços estão melhores e isso acaba dando mais confiança para o produtor rural investir", disse o presidente do Sindicato Rural de Dourados, Gino José Ferreira.
Apesar da confiança recuperada no setor, Gino alerta que o otimismo não pode passar uma imagem irreal da situação. "É claro que estamos num melhor momento, mas não podemos esquecer que os produtores de Mato Grosso do Sul enfrentaram anos de problemas por causa de estiagens e cotações em baixa. Precisamos de boas safras com preços em alta para recuperar a capacidade de investimento", salienta.
BOI
Além dos grãos, outro setor que tem registrado recuperação no Estado é a pecuária. A arroba que durante anos não saia da casa dos R$ 50 chegou a R$ 65. Os especialistas afirmam que a alta na cotação serve para recuperar os prejuízos dos pecuaristas nos últimos cinco anos. Entretanto, os criadores ainda alertam que o preço atual ainda não cobre os custos de produção.
"A pecuária do nosso Estado foi duramente castigada, principalmente nos dois últimos anos devido à febre aftosa. Os preços praticados no mercado desestimularam o setor. Mas agora, se o mercado se mantiver, o criador terá condições de voltar a investir com mais confiança", destacou Gino Ferreira.