Quinta-feira, 09 de Outubro de 2008, 11h:37 -
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Analista defende retomada das linhas de financiamento à exportação
Da Redação
Quanto às medidas anunciadas pelo governo brasileiro para evitar maior impacto no agronegócio - antecipação de R$ 5 bilhões do Plano Safrae possibilidade de liberar outros R$ 5 bilhões -, o analista de SAFRAS & Mercado diz que os recursos decorrentes do Plano Safra são previamente definidos e obrigatórios para o setor, e que a sua liberação é um processo de rotina, que pouco ou nada tem a ver com a crise.
"O que é necessário é a retomada das linhas de financiamento de exportação e a manutenção do câmbio mais desvalorizado de forma a compensar a crise mundial", enfatiza Paulo Molinari.
Na sua opinião, a desvalorização do real é um dado fundamental para que o Brasil se mantenha competitivo em meio à urbulência global. "Sem a desvalorização, a situação seria crítica para o agronegócio brasileiro", pondera o analista de Milho e Carnes, observando que o foco na demanda continua sendo uma informação importante para as próximas semanas.
"O momento é difícil. A única certeza é o caos financeiro", sustenta o analista, enquanto admite que a grande incerteza é a tendência da demanda mundial para 2009. Entre os exportadores, a crise financeira internacional já é realidade. Dados consolidados mostram que a média diária das operações de Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC), caiu pela metade (51,77%) nas duas últimas semanas de setembro em comparação com a primeira semana do mês, quando a crise ainda não dava sinais de gravidade.
Ontem (08), numa decisão histórica, os seis maiores bancos comerciais do mundo, liderados pelo Federal Reserve (Fed), dos Estados Unidos, decidiram cortar meio ponto percentual nas suas taxas básicas de juro. A decisão, segundo a presidência do Fed, leva em consideração a probabilidade de que a intensificação da turbulência possa exercer um freio adicional nos gastos, reduzindo ainda mais a capacidade das famílias e das empresas de obterem crédito. No Brasil, o Banco Central decidiu reforçar a atuação no mercado cambial, retomando os leilões de venda direta de dólar, sem o compromisso de recompra, operação que não ocorria há mais de cinco anos. (Fonte: Safras)
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