O Brasil registra até o momento 23 casos de ferrugem asiática da soja, sendo que mais da metade deles foram identificados em lavouras comerciais. Segundo o Consórcio Antiferrugem da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), 13 focos foram localizados em lavouras comerciais, 6 em unidades de alerta da Embrapa e empresas conveniadas e apenas 3 em soja voluntária.
Os casos de ferrugem só não são mais numerosos por causa do clima. Nas principais regiões produtoras, a estiagem tem evitado uma expansão mais rápida da doença. No mesmo período do ano passado, por exemplo, 36 casos de ferrugem haviam sido identificados neste período do ano.
Outro fator que indica que o clima está contribuindo para o controle da doença é a localização dos focos. Das 22 identificações, 7 foram registradas em Rondônia, no município de Vilhena, região onde o clima quente e úmido favorece o desenvolvimento do fungo da ferrugem. No Paraná e em Mato Grosso do Sul, onde a estiagem já prejudica o desenvolvimento das lavouras, foram identificados apenas 3 casos em cada Estado.
O Estado de Goiás registra 4 focos, mesmo número já confirmado em Mato Grosso. Minas Gerais é o Estado com menos ocorrências até agora, apenas duas, ambas no município de Uberaba e em lavouras comerciais.
As condições climáticas se tornaram um pouco mais favoráveis à dispersão da doença em dezembro, associadas ao avanço da maturidade das plantas, principalmente no centro e Norte do País, explica o professor Emerson Del Ponte, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, entidade integrante do Consórcio Antiferrugem, em nota veiculada na site do Consórcio.
O maior acúmulo de precipitação (de 100 a 200 mm) no último período quinzenal (5 a 20 de dezembro) foi registrado nas regiões do centro do País, onde foram registrados 15 focos. No mesmo período do ano de 2007, havia maior acúmulo de precipitação na região Sul e conseqüentemente um maior número de focos, afirma Del Ponte.(Último Segundo)