Campo Grande 00:00:00 Terça-feira, 24 de Dezembro de 2024


Rural Quarta-feira, 10 de Abril de 2013, 15:31 - A | A

Quarta-feira, 10 de Abril de 2013, 15h:31 - A | A

Congresso florestal leva silvicultura para Bonito

Karla Machado, enviada a Bonito - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Executivos, empresários, produtores rurais, pesquisadores, estudantes e prefeitos de diversos municípios participaram da abertura do 3º Congresso Florestal de Mato Grosso do Sul, que este ano está sendo realizado no município de Bonito, localizado a cerca de 300 quilômetros de Campo Grande. Nesta edição do congresso, a competitividade será o assunto mais debatido. A abertura aconteceu na noite desta terça-feira (9).

A palestra de abertura do MS Florestal 2013 foi proferida pela vice-governadora e governadora em exercício, Simone Tebet. No entanto, o presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore /MS), Junior Ramires, fez um breve discurso antes da palestra de Simone Tebet. Ele agradeceu aos patrocinadores do evento e disse:

“Em 2008, discutimos a expansão do setor com o Plano Estadual de Florestas. Em 2010, o debate foi voltado para a sustentabilidade e, agora, em 2013, é a vez da competitividade. Nestes cinco anos, 400 mil hectares foram plantados, crescendo, em média, 25% ao ano. Hoje, temos 612 mil hectares plantados. Nosso plano pretende chegar a 1 milhão em 2020”.

Para Ramires, a competitividade vem sendo ameaçada com o crescimento dos custos de produção que chegaram a 300%, nos últimos cinco anos. Por isso, ele intensifica que é preciso investir na infraestrutura logística, no aperfeiçoamento da mão de obra e em mais pesquisas.

O chefe da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Gado de Corte (Embrapa), Cleber Soares, destacou que os 600 mil hectares de florestas plantadas reduzem o impacto de três milhões de toneladas de gás carbônico por ano, o que significa dizer que, em cinco anos, o Mato Grosso do Sul reduzirá todo o gás carbônico produzido no Estado de São Paulo por ano. “Precisamos trabalhar na eficiência energética do setor florestal”, frisou Cleber Soares, para um auditório lotado na abertura do MS Florestal 2013.

Simone Tebet afirma em sua palestra que Mato Grosso do Sul será uma potência ainda maior com o tema “Mato Grosso do Sul lucrativo e sustentável”, a vice-governadora iniciou o MS Florestal 2013 afirmando que há seis anos o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado era de R$ 28 bilhões e que, em apenas seis anos, este número saltou para quase R$ 60 bilhões. Simone Tebet destacou, ainda, o potencial pecuarista com 20 milhões de cabeças de gado, utilizando quatro milhões de cabeças para o abate por ano. Tebet disse, também, que 65% do pantanal ficam no Mato Grosso do Sul. “Fizemos o Zoneamento Econômico e Ecológico (ZEE). Assim, atraímos empresas e estamos desenvolvendo o setor florestal”, acrescentou Simone Tebet.

A governadora em exercício comentou que o Estado pode se tornar um grande produtor de etanol – cuja produção já atingiu a dois bilhões de litros, com o número de usinas saltando de 15 para 25.

“O governo federal tem seis projetos que podem mudar a logística do Estado – três ferrovias e três rodovias. São grandes investimentos e que demoram, mas vão acontecer”, detalhou Tebet. As duplicações das BRs 262 e 163 são, hoje, os projetos mais visíveis.

Para Simone Tebet, o potencial de ecoturismo de Bonito não pode ser ignorado, principalmente pelo fato de a cidade já ter sido eleita onze vezes como o melhor roteiro neste segmento turístico. Além disso, o governo do Estado está construindo o maior aquário de água doce do mundo, com 18,6 mil metros quadrados, divididos em 24 tanques. “Por isso, o Mato Grosso do Sul é o melhor lugar do mundo para investir em florestas, porque está tudo interligado”, complementou Tebet.

No setor florestal, o Mato Grosso do Sul já desponta com o eucalipto que cresce mais rápido em todo o mundo, podendo ser cortado com apenas seis anos, mas abre espaço para o desenvolvimento de diversas cadeias produtivas, como papel, celulose, ferro gusa a partir de carvão vegetal para a geração de aço verde. “O governo federal está construindo sete escolas técnicas no nosso Estado e estes cursos serão voltados para a área florestal, em sua maioria. Este ano, as inaugurações começarão”, adiantou Tebet.

A vice-governadora Simone Tebet anunciou que o Estado está pleiteando a instalação de empresas que fabriquem todo o maquinário da indústria florestal. Além disso, a capacidade de produção das fábricas de celulose – Fibria e Eldorado Brasil – serão dobradas até 2018, com a pior das hipóteses para 2020. Há a possibilidade de instalação de outras duas empresas de celulose no Estado, transformando, definitivamente, o Mato Grosso do Sul na maior potência de celulose do mundo. Tudo isso demandará mais 450 mil hectares de florestas plantadas – um trabalho que já vem sendo desenvolvido com as atividades das empresas ligadas à Reflore – MS.

Para o prefeito de Bonito, Leonel Brito, mais conhecido como “Leleco”, as florestas plantadas ajudam a preservar a cidade.

“Estou muito feliz que o 3º Congresso Florestal de Mato Grosso do Sul veio para nossa cidade. Acredito que as florestas plantadas ajudam a preservar Bonito. É uma honra receber um evento dessa magnitude e importância aqui na cidade”, declara Leleco.
 

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS