Os custos de produção da pecuária de corte tiveram forte alta no primeiro semestre nas principais áreas produtoras do Brasil, superando o aumento no preço da arroba. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia (CEPEA), esse crescimento se deve aos gastos com reposição de animais e suplementação mineral.
De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o preço médio do Custo Operacional Total (COT) subiu 10,7% e o Custo Operacional Efetivo (COE) 12,9% nos primeiros seis meses de 2014, nos 11 principais estados produtores.
No mesmo período, o preço do boi gordo subiu 8,56%, com o maior percentual de alta desde 2010, conforme a média mensal do Indicador ESALQ/BM&FBovespa, num momento em que o Brasil registra exportações recordes de carne bovina.
A alta dos custos superior ao preço pago pela arroba ao produtor mostra um aperto das margens dos pecuaristas, que tiveram no primeiro trimestre preços nominais recordes, acima de R$125,00/arroba.
No segundo trimestre, alegando menores vendas no atacado, frigoríficos tentaram adquirir o boi a valores mais baixos.
Os custos com o bezerro para a pecuária de corte subiram 22,0%, segundo o acompanhamento do CEPEA, enquanto a suplementação mineral avançou 4,5%. Os custos com mão de obra no período aumentaram 6,7%.
"Além dos preços recordes do bezerro, a valorização dos suplementos minerais, contribuiu para elevar os custos", informou o CEPEA, acrescentando que a pressão do gasto foi maior no segundo trimestre.
O COE refere-se às despesas do setor ao longo do ano, enquanto o COT inclui também o custo de oportunidade do capital investido.