Devendo R$ 564 milhões, o frigorífico Frialto disponibiliza plano de recuperação judicial. Agora, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) convoca os criadores de gado que abasteciam a unidade para que se cadastrem e procurem seus direitos de ressarcimento. Dentre as dívidas, R$ 97 milhões são para com pecuaristas, R$ 6 milhões em dívidas trabalhistas e R$ 8 milhões de frete, o restante do montante dos débitos é com instituições financeiras. Levantamento da Famasul aponta que a dívida com os produtores rurais só de Mato Grosso do Sul soma R$ 19 milhões. São mais de 200 pecuaristas credores.
O Frialto é composto por sociedade entre Vale Grande Indústria e Comércio de Alimentos S. A., Agropecuária Ponto Alto Ltda. e Urupuá Indústria e Comércio de Alimentos Ltda. São oito unidades espalhadas por cinco Estados: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, São Paulo e Rondônia.
O plano judicial está disponível desde sexta-feira (30), no site da empresa (www.frialto.com.br). Na mesma data, a assessoria jurídica da Famasul encaminhou ofício aos sindicatos rurais solicitando que os credores do estabelecimento contatem a entidade. “Estamos levantando quem são os credores para orientá-los, a exemplo do que foi feito na atuação com o Independência”, comenta o presidente da instituição, Eduardo Riedel, na carta.
Conforme assessoria de imprensa da Famasul, o plano de recuperação judicial do frigorífico será analisado técnica e juridicamente pela entidade. Na semana que vem, serão repassadas as orientações aos produtores rurais credores do Frialto.
Produtores credores devem entrar em contato com a Federação pelo telefone (67) 3320-9714 ou pelo e-mail [email protected]
Histórico
Em 21 de maio, o Frialto paralisou suas atividades. A empresa protocolou o pedido de recuperação judicial na Comarca de Sinop (MT), no dia 24 de maio. Conforme assessoria da Famasul, as dificuldades econômicas do Frialto se arrastam desde 2009, quando o frigorífico contratou a Iposeira Partner para reestruturar uma dívida de R$ 360 milhões.
Ainda conforme a Famasul, a exigência de pagamento à vista por parte dos fornecedores e restrições de crédito somaram-se aos problemas que a empresa acumulou, o que culminou com o anúncio do fechamento de cinco das suas unidades no país, uma delas localizada em Iguatemi (MS), em maio deste ano. Com isso, cerca de 700 funcionários ficaram sem emprego no município sul-mato-grossense.
Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)