Mais proteína e massa seca para a boiada no pasto

O estilosantes Campo Grande vem ganhando espaço em regiões de produção pecuária pelas vantagens que apresenta no consórcio com pastagens de braquiária, tais como a maior oferta de proteína e a fixação de nitrogênio, aumentando a produção de matéria seca por hectare. Segundo informações da unidade de pesquisa, quando implantada e manejada corretamente, a cultivar proporciona ganhos de 27%, em média, na produção de carne e leite.

Lançado em 2000 pela Embrapa Gado de Corte, o estilosantes Campo Grande já ocupa cerca de 2 milhões de hectares no País, estima Celso Dornelas Fernandes, pesquisador da área de pastagens da Embrapa Gado de Corte. A cultivar é especialmente recomendada para áreas de Cerrado, normalmente pobres em nitrogênio. A leguminosa deve ser sempre utilizada em consórcio com pastagens de gramíneas, notadamente a braquiária,explica Dornelas.

Manejo
O manejo do porcentual da Campo Grande está diretamente relacionado ao pastejo. “Quando se tem um pasto muito alto, com baixa pressão de animais por hectare, há uma tendência da braquiária se sobrepor à estilosantes. Quando essa pressão é alta, com grande número de animais por hectare, é a leguminosa que se sobrepõe”, explica.

A cultivar desenvolvida pelo programa de melhoramento da Embrapa Gado de Corte é indicada para solos arenosos, com menos de 30% de argila e mostra-se especialmente indicada para as condições de clima encontradas no Estado de Goiás. Outra vantagem apresentada pela leguminosa, destaca o pesquisador da Embrapa, é a capacidade da planta evitar processos erosivos no solo. Suas raízes chegam a 2,5 metros de profundidade, favorecendo a infiltração da água da chuva.

A cultura pode ser introduzida em pastos de gramíneas já estabelecidos, afirma Celso Dornelas, que ressalta ser imprescindível a assistência técnica, tanto para a implantação quanto para o manejo da leguminosa. “Além da Embrapa, as empresas que comercializam sementes em parceria com a instituição estão preparadas para dar essa assistência”, explica o pesquisador da Embrapa.

Em solos tropicais e subtropicais, a busca pela qualidade do solo passa, obrigatoriamente, pela matéria orgânica. Solos com rendimento comprometido geralmente estão relacionados a níveis insatisfatórios desse elemento, com porcentual inferior a 50% do seu nível original.

Fator limitante
Nesses casos, a adoção de técnicas de manejo de pastagens que preservem ou melhorem essas propriedades do solo devem ser priorizadas, a exemplo da consorciação de pastagens de gramíneas com leguminosas fixadoras de nitrogênio, considerado o elemento mais limitante em áreas de pastagens.

Sua deficiência é considerada uma das principais causas da degradação de pastagens no Brasil. A introdução das leguminosas consorciada com braquiária, contribui para a sustentabilidade da pastagem, pela simbiose entre a leguminosa e as bactérias do gênero Rhizobium, que fixam o nitrogênio atmosférico.
(Fonte: Agrolink)