Ao mesmo tempo em que as perspectivas apontam para o crescimento significativo da demanda mundial de carne, os mercados se caracterizam por um consumo cada vez mais exigente, que preza pela sustentabilidade do produto. O panorama atual da carne em âmbito internacional, exposto no XVIII Congresso Mundial da Carne, realizado essa semana em Buenos Aires Argentina, destaca a pecuária brasileira, em especial a sul-mato-grossense, diante de um consumidor cada vez mais exigente.
Com o enfoque “Carne para um mundo sustentável”, o evento debateu temas como a eficiência produtiva da cadeia da carne, o mercado global e o balanço da geração de CO². “O Brasil é um dos atores principais em todas essas análises, tanto na produção sustentável como no consumo”, avalia o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), Eduardo Riedel.
O dirigente coordenou a comissão que participou do evento e trouxe para Mato Grosso do Sul o Congresso Mundial da Carne, em junho do ano que vem. Em relação ao cenário mundial formado pela demanda, Riedel destacou a capacidade de adaptação da pecuária sul-mato-grossense. “Com um rebanho de 22 milhões de cabeças, o Estado tem investido sistematicamente na melhoria da qualidade da carne produzida aqui, como a adoção das práticas de sustentabilidade como as que se referem ao bem estar animal. Precisamos apenas de fomento para a recuperação de pastagens”, aponta o dirigente.
A realização do Congresso Intermediário em Campo Grande será uma oportunidade de evidenciar ao mercado externo a eficácia do sistema produtivo da pecuária nacional. “O Brasil é um grande produtor com condições de dar a resposta que o mercado busca, porque o custo mais baixo de produção dá competitividade à carne produzida no País”, enfatiza o presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira.
Para Nogueira, o congresso da Argentina demonstrou claramente que o mercado mundial de carne está passando por mudanças, prova disso é a Índia pontuar como o terceiro país no ranking mundial de exportação de carne. Diante disso, ressalta, o Brasil só precisa resolver a questão sanitária, tornando-se um país livre – e não somente regiões livres – da febre Aftosa, para transitar com mais desenvoltura pelos novos mercados que se abrem. “O Brasil reúne condições de participar ativamente dos novos mercados como na Ásia e países do Nafta, bem como de voltar a exportar para a União Européia”, acentua.