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Rural Quinta-feira, 21 de Fevereiro de 2008, 10:07 - A | A

Quinta-feira, 21 de Fevereiro de 2008, 10h:07 - A | A

Pecuaristas defendem fim de venda de carne à União Européia

O Popular

As principais entidades representativas dos pecuaristas brasileiros resistem à exigência da União Européia (UE) de restringir a 300 o número de propriedades habilitadas a fornecer animais para frigoríficos que exportam carne in natura para o bloco.

Apesar dessa postura dos produtores, o Ministério da Agricultura apresentou aos europeus uma lista de 1.651 propriedades, que depois reduziu para 600, depois que os europeus reagiram colocando em dúvida a qualidade da auditoria realizada em tantas propriedades em cerca de 15 dias.

Diante da intransigência da UE, o Ministério da Agricultura acabou por admitir as 300 propriedades exigidas pelo bloco, mesmo contra a posição dos pecuaristas e da indústria frigorífica.

“Não somos a favor de negociações com a União Européia, porque entendemos que o bloco está agindo de forma arbitrária e descabida, numa evidente manobra para proteger seus próprios produtores”, diz Antenor Nogueira, presidente do Fórum Nacional da Pecuária de Corte, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Suspensão

Segundo Antenor Nogueira, a posição da maioria das lideranças do segmento da pecuária de corte é por uma decisão unilateral do Brasil de não mais exportar carne para a União Européia, até que se definam regras de comum acordo para a rastreabilidade.

“Aceitar a imposição de uma lista de apenas 300 propriedades, além de não resolver nada, representa uma capitulação frente à clara atitude de ingerência da União Européia em assuntos internos do País”, diz Antenor Nogueira.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), Macel Caixeta, diz que são lamentáveis as restrições impostas pela União Européia, sobretudo porque não se sabe que critérios o bloco observou para fixar esse número.

Exigência

Ele defende, entretanto, que mesmo sob protesto o País deve aceitar a exigência, desde que seja mantido diálogo com o objetivo de ampliar a lista, na medida em que se comprovar que outras propriedades cumprem as normas do Sistema Brasileira de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov).

Para o presidente da Faeg, o governo brasileiro deve atuar sempre no sentido de assegurar a todos os pecuaristas em dia com a rastreabilidade igualdade de oportunidade nas exportações para a União Européia.

Ele se diz tranqüilo em relação à sanidade e qualidade do rebanho bovino goiano, e fez um apelo ao governo do Estado para que priorize o apoio à Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), para que continue como modelo para todo o País.

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