Domingo, 16 de Dezembro de 2007, 12h:32 -
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PIB do agronegócio cresce 5,52% este ano
Folha de SP
O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio deve crescer 5,52% neste ano e alcançar R$ 569,9 bilhões, de acordo com projeção foi feita pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da USP.
A projeção supera as expectativas iniciais de crescimento de 5% em 2007, de acordo com o superintendente técnico da CNA, Ricardo Cotta. No ano, até setembro, o PIB do agronegócio cresceu 4,41% na comparação com igual período de 2006, puxado pela pecuária, que inclui a produção de todas as carnes e de leite. O PIB da agropecuária cresceu 7,72% nos nove primeiros meses do ano.
Os dados revelam que o ano de 2007 foi positivo para o agronegócio, apesar das queixas dos produtores contra a valorização cambial, o aumento dos custos de produção e as deficiências em infra-estrutura. “Os grandes números não conseguem captar algumas dificuldades”, disse Cotta.
Na avaliação do superintendente, o agronegócio voltou a contribuir de modo significativo para o crescimento do PIB, o que não aconteceu nos últimos dois anos. Uma avaliação detalhada mostra que o PIB do segmento industrial do agronegócio foi o que teve a menor oscilação no ano, 1,52%, resultado da queda no preço do açúcar e do álcool.
O recuo de preços também pode ser verificado na balança comercial. O setor sucroalcooleiro foi o único que teve redução das exportações do início do ano a setembro, disse o assessor técnico da Comissão Comércio Exterior da CNA, Antônio Donizeti Beraldo.
Os embarques de açúcar e álcool renderam US$ 6,140 bilhões nos 11 primeiros meses do ano, queda de 11,3% em relação a igual período de 2006.
As previsões indicam que a balança comercial do agronegócio deve fechar o ano com saldo recorde de US$ 50 bilhões. A previsão, se confirmada, representará aumento de 17% em relação a 2006.
Até novembro, a exportação de produtos agrícolas rendeu US$ 53,781 bilhões, crescimento de 18,8%. A importação cresceu em ritmo mais acelerado no período: 30,3%, para US$ 7,861 bilhões. “A importação de trigo e o câmbio, que barateou as compras externas, foram responsáveis pela alta”, disse.
O destaque positivo é a exportação de milho, que deve render US$ 2 bilhões no ano, faturamento recorde. Até novembro, os embarques renderam US$ 1,716 bilhão, o que corresponde a um crescimento de 307,3% em relação ao acumulado entre janeiro e novembro de 2006.