Segunda-feira, 03 de Março de 2008, 08h:22 -
A
|
A
Produtores de leite pedem nova política de preços
Da Redação
O presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária no Brasil (CNA), Rodrigo Alvim, defendeu a criação de um seguro para produtores de leite, a exemplo do que existe em áreas agrícolas. "Fazemos parte do bolo, a pecuária deve integrar política de seguro", disse, durante entrevista para divulgar os resultados da pesquisa Ativos da Pecuária de Leite.
Alvim avalia que o preço do produto é insuficiente para cobrir os custos de produção. Atualmente, o preço médio do litro é de R$ 0,66. "Uma remuneração adequada seria de R$ 0,80", disse. Para ele, os reflexos desse aumento nos índices de inflação não podem ser usados como justificativa. "O governo, então, que adote políticas públicas para manter os preços mais baixos. O que não é possível é fazer com que o produtor subsidie a alimentação dos consumidores. Para o produtor se manter na atividade, é preciso que políticas públicas sejam adotadas", disse.
Apesar das queixas de Alvim, o relatório apresentado ontem mostra que 2007 foi um ano positivo para o setor. O consumo, a produção e a exportação de leite cresceram no Brasil, quando comparados com 2006. Em todo o ano passado, a produção de leite aumentou 9,88% em relação a 2006. Dados preliminares da CNA indicam que em 2007 foram produzidos 26 bilhões de litros. Em 2006, foram 25,3 bilhões de litros. Há, além disso, outros 15% a 20% que ficaram na informalidade.
O volume de exportações foi de US$ 199,5 milhões em 2007, ante US$ 168,6 milhões de 2006. O aumento é atribuído principalmente a novos importadores, como a Venezuela. "Houve uma transformação do setor lácteo mundial, com variações importantes do preço internacional", disse Alvim. Segundo ele, com o aumento de preços (a tonelada do leite em pó chegou a custar US$ 5,7 mil), países mudaram de estratégia. "Práticas desleais de comércio foram deixadas de lado e também os subsídios da União Européia."
No entanto, Alvim afirma que, apesar do bom desempenho, o setor sofreu grande impacto com aumento de custos de produção. Como exemplo, ele citou a recuperação de preços da soja e milho, principais elementos que compõem a alimentação do gado. Segundo ele, a ração representa 64% dos custos de produção. O setor teria sofrido, também, com o aumento do preço do sal mineral. (Informações Rural Centro)