Em reunião na manhã de hoje com sindicalistas de Mato Grosso do Sul, o técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), José Álvaro Cardoso os orientou em como proceder durante as negociações salariais junto às entidades patronais.
Entre os pontos defendidos por Cardoso, está a necessidade das categorias que pleiteiam reajuste salarial se equiparem com argumentos fortes e verdadeiros, mesmo que seja durante uma crise econômica, como a que tem consumido vários setores em todo mundo.
Entre os conselhos do técnico estão: saber que as negociações de hoje se embasam no bom desempenho dos setores no ano passado; que os dados macroeconômicos no Brasil são favoráveis a uma negociação justa com os trabalhadores; que este ano o Brasil deverá apresentar um crescimento entre 0,5% a 1%, que apesar de pequeno, ainda é positivo, diferente da situação outros países e que as contas públicas estão sob controle e isso ajuda muito a situação do país num período como este, de turbulência.
As orientações, dadas durante a II Jornada Nacional de Debates sobre o tema: “Negociações coletivas em um contexto de crise” foram recebidas com entusiasmo pelos participantes.
O presidente da Força Sindical, Idelmar da Mota Lima, presidente também da Federação dos Trabalhadores no Comércio de Mato Grosso do Sul (FETRACOM), saiu do debate satisfeito com os resultados. "Passamos a ampliar nosso leque argumentos para o momento das negociações", comentou.
Para o representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Ricardo Martinez Fróes, que preside o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Mato Grosso do Sul (SINTRAE/MS), “o evento foi muito oportuno, pois estamos em plena negociação salarial e as dicas e informações que nos foram repassadas vão nos ajudar", comentou.
O sindicalista está pedindo à classe patronal 10% de reajuste salarial para os professores e funcionários de escolas particulares. Dia 8 de abril será realizada a segunda rodada de negociação.
"Além desses itens, os sindicalistas devem fazer uma análise dos dados referentes ao setor que estão negociando", comentou ainda o técnico do Dieese.
Segundo ele, muitos sindicalistas estão usando como parâmetro para reajuste para suas categorias, o percentual que o governo federal usou para aumentar o salário mínimo, que foi de 12%. "Esse percentual é justo e muitos segmentos de nossa economia poderiam concedê-lo sim a seus trabalhadores”.
O encontro contou com mais de 200 lideranças de sindicatos e federações de trabalhadores da Capital e das regiões de Dourados, Três Lagoas, Ponta Porá, Corumbá, Aquiduana, Miranda, Paranaíba e Coxim, entre outras.